Um dissidente que zombou de Xi Jinping online fugiu da China em uma moto aquática, atravessando 180 milhas de mar para chegar à Coreia do Sul

A dissident who mocked Xi Jinping online fled China on a jet ski, crossing 180 miles of sea to reach South Korea.

  • Um ativista chinês embarcou em uma jornada de mais de 180 milhas através do mar para fugir da China.
  • Ele usou uma moto aquática e uma bússola para chegar à cidade sul-coreana de Incheon, segundo a AFP.
  • O homem era crítico do presidente chinês Xi Jinping e passou um tempo na prisão por subversão.

Um crítico do líder chinês Xi Jinping conseguiu fugir do país, viajando mais de 180 milhas até a Coreia do Sul em uma moto aquática, de acordo com a Agence France-Presse.

O homem atravessou o Mar Amarelo, que fica entre a China continental e a península coreana, em uma moto aquática de 1.800 cc, relatou a AFP.

Ele partiu da província de Shandong, no leste da China, usando binóculos e uma bússola para traçar seu curso até a Coreia do Sul, disse a agência de notícias.

O homem foi identificado como Kwon Pyong, um ativista chinês que passou um tempo na prisão por subversão após postar fotos zombando de Xi nas redes sociais, disse Lee Dae-seon da ONG Diálogo China, segundo a AFP.

Em sua jornada, Kwon rebocou cinco tambores de combustível com ele, disse a AFP.

“Ele reabasteceu a gasolina durante a viagem e jogou os tambores vazios no mar”, disse a Guarda Costeira da Coreia na terça-feira, segundo a AFP.

Uma imagem fornecida pela Guarda Costeira da Coreia mostra a moto aquática usada para cruzar para a Coreia do Sul
Korea Coast Guard

A Guarda Costeira da Coreia disse em um comunicado à imprensa que o homem, que não foi identificado, ficou encalhado em bancos de areia perto de um terminal de cruzeiros em Incheon na noite da última quarta-feira.

Disse que o homem ligou para os serviços de emergência para solicitar um resgate. A Guarda Costeira acrescentou que o exército já havia notificado a entrada do navio nas águas sul-coreanas antes da ligação ser feita.

A Guarda Costeira da Coreia resgatou o homem e o prendeu sob acusação de “tentar se contrabandear” para Incheon, mas disse que não havia evidências de que ele fosse um espião, informou a AFP.

Kwon está considerando se deve ou não solicitar o status de refugiado na Coreia do Sul, que concede asilo a apenas um número limitado de refugiados a cada ano. Alternativamente, ele poderia ir para um terceiro país, disse Lee da ONG Diálogo China, segundo a AFP.

“Embora seu meio de entrada na Coreia do Sul em violação da lei tenha sido errado, a vigilância das autoridades chinesas e a perseguição política a Kwon desde 2016 estão por trás de sua travessia arriscada para a Coreia do Sul”, disse Lee à agência de notícias.

A Estação da Guarda Costeira de Incheon não pôde ser contatada para comentar porque estava fora do horário de expediente.