A invasão da Rússia transformou a Ucrânia no país com o maior número de vítimas de munições de fragmentação no mundo, ainda mais do que a Síria.

A invasão russa tornou a Ucrânia o país com mais vítimas de munições de fragmentação, superando até mesmo a Síria.

  • A Ucrânia liderou a lista de países em termos de vítimas de munições de fragmentação, segundo um novo relatório.
  • A Coalizão de Munições de Fragmentação informou que bombas de fragmentação mataram ou feriram 900 pessoas na Ucrânia em 2022.
  • A ascensão da Ucrânia empurrou a Síria para o segundo lugar, pela primeira vez em uma década, de acordo com a CMC.

A Ucrânia sofreu o maior número de vítimas de munições de fragmentação do mundo em 2022, ultrapassando a Síria, de acordo com um novo relatório.

A Coalizão de Munições de Fragmentação, uma campanha global da sociedade civil que defende a proibição das munições de fragmentação, disse que a guerra da Rússia na Ucrânia aumentou o uso das munições para níveis recordes globais desde o início dos relatórios em 2010.

De acordo com o Monitor de Minas Terrestres e Munições de Fragmentação, as munições de fragmentação mataram mais de 300 pessoas e feriram mais de 600 na Ucrânia em 2022, totalizando pelo menos 1.172 vítimas em oito países devastados pela guerra, que incluem também Iraque, Síria e Iêmen.

O relatório mencionou o uso repetido da Rússia dessas armas, bem como o uso menor delas pela Ucrânia, mas não forneceu detalhes sobre o impacto do uso respectivo.

A Síria, que liderou a lista todos os anos desde 2012, ficou em segundo lugar, com 15 pessoas mortas e 75 feridas por munições de fragmentação em 2022, de acordo com o relatório.

A CMC relatou um aumento “alarmante” nas mortes de civis relacionadas a ataques com munições de fragmentação, que representaram 95% das vítimas. Crianças foram a maioria das vítimas em todo o mundo, afirmou o relatório.

Tamar Gabelnick, diretora da CMC, pediu uma proibição imediata dessas armas.

“Todos os países que ainda não proibiram essas armas devem fazê-lo imediatamente. Não pode haver desculpa para seu uso contínuo”, disse ela.

O exército ucraniano recebeu este ano do governo dos EUA projéteis de artilharia de 155 mm conhecidos como munições convencionais aprimoradas de uso duplo (DPICMs), comumente conhecidas como munições de fragmentação, em uma medida que foi criticada por alguns.

Munições de fragmentação podem ser lançadas do ar ou disparadas como artilharia e causam danos em uma área maior, dispersando pequenos explosivos conhecidos como submunições ou bombas.

A ONU afirmou que as munições de fragmentação representam um risco humanitário potencial, pois muitas submunições são pouco confiáveis e não explodem, deixando armas ativas por muito tempo após o fim dos conflitos.

A Rússia foi criticada por usar bombas de fragmentação e por utilizá-las em áreas civis densamente povoadas.

A Ucrânia afirmou que está usando munições de fragmentação apenas contra alvos militares.

Munições de fragmentação estão se mostrando mais letais e eficazes do que munições convencionais na Ucrânia, disse George Barros, analista da Rússia no Instituto de Estudos de Guerra (ISW), um think tank sediado em Washington, anteriormente ao Insider.

Mas nenhum sistema de armas é uma “bala de prata”, disse ele, insistindo que a Ucrânia precisa aumentar o poder de combate e usar vários sistemas de armas para vencer a guerra.