Acelerar a transição verde também a tornaria mais barata – BCE

Acelerar a transição verde tornaria-a mais barata - BCE

FRANKFURT, 6 de setembro (ANBLE) – Acelerar a transição para uma economia mais verde seria mais barato do que adiá-la para empresas, famílias e bancos da zona do euro, mostrou um estudo do Banco Central Europeu (BCE) divulgado na quarta-feira.

O segundo “teste de estresse climático” do BCE utilizou dados de 2,9 milhões de empresas e 600 bancos na área do euro, com uma exposição total de quase 3 trilhões de euros ($3,22 trilhões), tornando-se um dos estudos mais abrangentes sobre os custos econômicos para atingir as metas de redução de emissões estabelecidas no acordo de Paris.

O estudo constatou que antecipar políticas verdes e investimentos para eliminar os combustíveis fósseis e economizar energia resultaria, em última instância, em menos inadimplências por parte de famílias e empresas e, como resultado, perdas menores para os bancos entre agora e 2030.

Nesse cenário de “transição acelerada”, as empresas da zona do euro fariam investimentos no valor de 2 trilhões de euros até 2025 para reduzir suas emissões, em comparação com 500 bilhões de euros sob cenários nos quais a transição é adiada.

Enquanto isso, os custos com energia aumentariam 10% para as famílias até 2025 antes de se estabilizarem.

Apesar desses custos iniciais mais altos, o BCE afirmou que despesas energéticas mais baixas e menor risco financeiro posteriormente significavam que esse caminho veria as perdas anuais dos bancos em empréstimos atingirem o pico de 13 bilhões em 2026, antes de cair para 6,6 bilhões de euros até 2030.

Por outro lado, um cenário no qual a maior parte dos custos da transição é adiada para 2026 e além resultaria em perdas anuais aumentando constantemente para 21 bilhões de euros em 2029, apontou o estudo.

Em termos cumulativos, os bancos sofreriam perdas equivalentes a 0,7% de seus empréstimos até 2030 sob a transição acelerada, em comparação com 0,9% sob o “empurrão tardio”.

Tais perdas seriam concentradas em alguns bancos grandes, com 2% dos credores respondendo por 75% das perdas totais esperadas até 2030 no “empurrão tardio”.

Isso ocorre porque os grandes bancos tendem a fazer mais empréstimos não garantidos, que não possuem garantias e, portanto, resultam em maiores perdas para o banco quando não são pagos.

Entre as empresas, o aumento de inadimplências seria maior nos setores de mineração e manufatura intensivos em emissões, bem como entre as empresas de energia elétrica.

($1 = 0,9314 euros)