ADNOC de Abu Dhabi faz nova oferta por participação na Braskem no Brasil; ações disparam

ADNOC de Abu Dhabi faz oferta irresistível por participação na Braskem no Brasil; ações explodem de alegria!

SAO PAULO, 9 de novembro (ANBLE) – A produtora petroquímica brasileira Braskem (BRKM5.SA) informou nesta quinta-feira que a empresa de petróleo de Abu Dhabi, ADNOC (ADNOC.UL), apresentou uma nova oferta não vinculante para comprar a participação do conglomerado Novonor na empresa.

Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht, é o principal acionista da Braskem ao lado da empresa estatal de petróleo Petrobras (PETR4.SA), mas há muito tempo está buscando vender sua participação controladora como parte de uma reestruturação mais ampla.

De acordo com a Braskem, a proposta da ADNOC implica o preço de 37,29 reais por ação da empresa, com um valor patrimonial de 10,5 bilhões de reais ($2,14 bilhões) pela participação de 38,3% da Novonor na empresa petroquímica.

Isso representa um prêmio de mais de 100% sobre o preço de fechamento da Braskem na quarta-feira, e as ações negociadas em São Paulo da empresa subiram até 23% após a notícia, tornando-se a maior alta do índice Bovespa, referência da bolsa brasileira (.BVSP).

A Braskem informou que a ADNOC ofereceu pagar em duas partes: metade em dinheiro no fechamento do negócio e a outra metade por meio de um instrumento de patrimônio sênior da ADNOC com vencimento em sete anos e juros anuais de 7,25%.

A empresa petroquímica citou uma troca de correspondência com a Novonor em seu comunicado.

A Petrobras, em comunicado separado, informou que também foi informada da oferta da ADNOC, mas observou que ainda iria analisar, uma vez que qualquer negócio potencial requer um novo acordo de acionistas com a gigante do petróleo controlada pelo Estado.

A Petrobras também detém direitos contratuais para comprar a participação da Novonor na Braskem ou exercer direitos de tag-along em caso de uma possível venda, e tem realizado um processo de due diligence desde julho para decidir seu próximo passo.

O jornal brasileiro Folha de S.Paulo informou no mês passado, citando pessoas familiarizadas com o assunto, que a Petrobras estava em negociações com a ADNOC para uma potencial joint venture na Braskem.

De acordo com a empresa petroquímica, o valor oferecido pela ADNOC seria pago diretamente aos credores da Novonor, principalmente grandes bancos, que ainda precisariam aprovar qualquer negócio, uma vez que a participação da Novonor na Braskem é empenhada como garantia.

O conglomerado receberia uma participação minoritária de até 3% na Braskem após o negócio, acrescentou a Braskem.

A nova oferta da ADNOC aconteceu enquanto a Braskem divulgou, na quarta-feira à noite, os resultados do terceiro trimestre, com prejuízo líquido mais que dobrando em relação ao ano anterior, para US$ 497 milhões, à medida que a receita de vendas diminuiu 29%, para US$ 3,41 bilhões.

“Conforme tem sido o caso nos últimos anos, tal notícia (sobre a oferta da ADNOC) pode impulsionar o desempenho das ações e compensar parte do sentimento negativo dos resultados do terceiro trimestre”, disseram analistas do BTG Pactual liderados por Pedro Soares.

“Mas, embora acreditamos que um possível resultado final para a venda da Braskem esteja próximo, ainda não estamos convencidos de que os acionistas minoritários conseguirão capturar os benefícios dos direitos de tag-along dessa oferta.”

A ADNOC já havia apresentado anteriormente uma oferta conjunta em dinheiro e debêntures junto com a gestora de ativos dos EUA, Apollo (APO.N), para a Braskem, sendo que outros licitantes para a empresa incluem a brasileira Unipar Carbocloro (UNIP6.SA) e a J&F.

($1 = 4,9052 reais)

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