Bancos americanos afirmam que reguladores quebraram a lei à medida que a disputa sobre as propostas de regras de capital se intensifica

American banks claim regulators broke the law as the dispute over capital rule proposals intensifies.

WASHINGTON, 12 de setembro (ANBLE) – Grupos bancários dos EUA acusaram nesta terça-feira a Reserva Federal e outros reguladores de violarem leis federais com uma proposta ampla para aumentar os requisitos de capital, intensificando um ataque às regras preliminares que os banqueiros afirmam prejudicar a economia.

Em uma carta pública às agências, os grupos representando JPMorgan Chase (JPM.N), Goldman Sachs (GS.N), Morgan Stanley (MS.N) e Citigroup (C.N), entre outros credores, disseram que a proposta divulgada em julho viola o Ato do Procedimento Administrativo (APA) por falta de dados e análises públicas suficientes.

O APA estabelece certos requisitos para as agências ao propor novas regras, incluindo análise econômica. Os grupos argumentaram que os bancos não podem responder adequadamente à proposta, que exigiria que os credores mantivessem mais dinheiro para absorver perdas, sem essa análise. Eles disseram que as agências devem suspender todo o trabalho nas regras até que sejam adequadamente reapresentadas.

O Fed elaborou as regras em conjunto com a Federal Deposit Insurance Corp (FDIC) e a Office of the Comptroller of the Currency (OCC). O Fed e a OCC se recusaram a comentar, enquanto a FDIC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A proposta “Basel Endgame” implementa padrões internacionais de capital acordados pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia na sequência da crise financeira de 2007-2009. Ela reformula a forma como os bancos avaliam seu nível de risco e, por sua vez, a quantidade de reservas que devem manter como proteção contra perdas.

A carta marca o mais recente esforço agressivo da indústria para enfraquecer a proposta e estabelece as bases para um possível desafio legal.

AUDIÊNCIA CONGRESSUAL

Os bancos frequentemente reclamam que os reguladores não fornecem análises suficientes, mas a indústria está adotando uma postura agressiva desta vez devido à magnitude da proposta, de acordo com uma pessoa familiarizada com a carta. O banco central dos EUA estima que ela aumentará os requisitos de capital do setor em US$ 170 bilhões.

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, lançou um ataque à proposta na segunda-feira, afirmando que ela poderia levar os credores a recuarem e que os reguladores agiram com “falta de transparência” em relação à justificativa para as mudanças.

Embora as regras preliminares estivessem em curso antes do colapso de três bancos este ano, essa crise destacou a necessidade de regras mais robustas e maiores reservas de capital para proteger contra riscos imprevistos, disseram autoridades do Fed e da FDIC.

Antes mesmo da divulgação da proposta, os bancos pressionaram por concessões, conforme relatado pela ANBLE em junho, e têm aliados republicanos no Congresso para examinar o esforço, de acordo com vários lobistas. A Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes realizará uma audiência sobre a proposta na quinta-feira.

O Bank Policy Institute, que representa os bancos maiores e é um dos grupos que assinaram a carta, lançou uma campanha publicitária este mês alertando que a proposta poderia aumentar os custos de empréstimos para consumidores e empresas, e incentivando os americanos a reclamarem com o Congresso.

A carta também foi assinada por representantes da American Bankers Association, do Financial Services Forum, do Institute of International Bankers e da Securities Industry and Financial Markets Association. Ela também foi assinada pela Câmara de Comércio, o maior grupo de lobby empresarial dos EUA.