A China tem um problema de deflação. Isso é uma boa notícia para o Ocidente, de acordo com analistas.

A China enfrenta um problema de deflação. E isso é uma ótima notícia para o Ocidente, segundo os analistas.

  • O índice de preços ao consumidor da China caiu 0,5% em novembro em relação ao ano anterior, a pior queda desde a pandemia.
  • Mas isso é uma boa notícia para o Ocidente, que poderia “importar” um pouco dessa deflação para casa, dizem os analistas.
  • “O problema da deflação na China pode ser um restritor bem-vindo para a ‘ocidente’, diminuindo a inflação”, disse Thierry Wizman, estrategista da Macquarie, em uma nota na segunda-feira.

A China está vendo os preços caírem novamente à medida que suas dificuldades econômicas persistem, mas os problemas de Pequim podem se transformar em vantagens para o Ocidente, segundo os analistas.

Isso ocorre porque a tendência deflacionária da China pode criar um impacto nos preços que são mais altos do que o desejado em lugares como os Estados Unidos.

“Quanto mais tempo a China não mostrar que pode se recuperar, mais provável é que as expectativas de inflação diminuam no Ocidente, à medida que os temores de que a China possa exportar sua deflação para o resto do mundo através do comércio internacional ganhem força”, compartilhou Thierry Wizman, estrategista da Macquarie, em uma nota na segunda-feira.

O índice de preços ao consumidor da China caiu 0,5% em novembro em relação ao ano anterior, a pior queda desde o auge da pandemia, acabando com as esperanças de uma recuperação depois que os preços se recuperaram mais cedo neste ano de uma queda anterior em território negativo.

Do outro lado do globo, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos no mesmo período diminuiu para uma taxa anual de 3,1% em relação a 3,2% no mês anterior.

Embora Wall Street receba bem a desaceleração da inflação, ela ainda está acima da meta de 2% do Federal Reserve. E com os investidores americanos tentando adivinhar quando o Fed começará a reduzir as taxas de juros elevadas, esses números de inflação estão sob um foco extra.

Assim como Wizman, o analista da Societe Generale, Albert Edwards, viu os dados deflacionários da China como um alívio para o Ocidente, que adoraria “importar” algumas dessas quedas de preços para casa.

“O problema da deflação na China pode ser um restritor bem-vindo para o ‘Ocidente'”, escreveu em uma nota na terça-feira.

A deflação na China não é uma surpresa, pois é um sintoma de uma ressaca econômica intensa, decorrente de um setor imobiliário em ruínas, de uma hemorragia de capital estrangeiro e de um crescimento pós-pandêmico sem brilho.

Isso contrasta com um crescimento saudável do PIB nos Estados Unidos. Mas uma reversão repentina pode transformar a deflação chinesa em um obstáculo, em vez de um benefício.

“A mosca na pomada pode ser que, se um pouso forçado nos EUA é iminente (refletido em oferta monetária fraca) e desencadear um colapso na inflação doméstica dos EUA de qualquer maneira, importar uma dose extra de deflação chinesa seria extremamente indesejável e colocaria o Fed em apuros”, escreveu Edwards na nota de terça-feira. “Porém, pelo menos os investidores em títulos dos EUA ficariam encantados”.