Trabalhadores da Apple na França fazem greve por condições de trabalho no dia de lançamento do iPhone 15

Apple workers in France strike on iPhone 15 launch day for working conditions.

PARIS, 22 de setembro (ANBLE) – Os trabalhadores das lojas da Apple (AAPL.O) na França iniciaram uma greve nacional por salários e condições de trabalho na sexta-feira, em um protesto projetado para coincidir com o lançamento do iPhone 15.

É o mais recente problema para o gigante da tecnologia na França, depois de ser obrigado a parar de vender seu modelo de iPhone 12 no início deste mês por radiação acima do limite. A Apple contesta as conclusões do órgão de controle francês.

Cerca de 30 funcionários estavam fazendo piquete do lado de fora da loja da empresa na Ópera, no centro de Paris, uma das três na capital francesa, a poucos metros de uma fila de cerca de 40 clientes esperando na chuva para entrar na loja.

“Ainda somos as pessoas que geram a riqueza da Apple e, portanto, acredito que merecemos um tratamento um pouco mais digno do que o que recebemos hoje”, disse Anais Durel, de 36 anos, que trabalha para a Apple há 10 anos.

Os sindicatos da Apple, incluindo CGT, Unsa, CFDT e Cidre-CFTC, que também planejam fazer greve no sábado, pediram um aumento salarial de 7% para compensar a inflação e o fim de uma contratação congelada há meses. Segundo os representantes sindicais, a administração não quer oferecer mais do que um aumento de 4,5%.

“A inflação ainda é bastante alta. Muitos funcionários estão passando por dificuldades”, disse Tarek, líder do sindicato CGT, que preferiu não divulgar seu sobrenome.

“O objetivo não é bloquear as vendas do iPhone, o objetivo é realmente conscientizar sobre essa situação”, acrescentou.

Os funcionários de uma loja da Apple em Barcelona, onde cerca de 250 pessoas estavam na fila para entrar na loja na sexta-feira de manhã, iriam se juntar aos colegas na França para protestar contra as condições de trabalho.

Cerca de 20 trabalhadores montarão um piquete informativo do lado de fora da loja na Paseo de Gracia, no centro de Barcelona, ao meio-dia, informou Pablo Paredes, líder do sindicato CNT Apple, à ANBLE.

Paredes disse que os trabalhadores visam destacar as más condições de trabalho, incluindo contratos que não os compensam por trabalho nos fins de semana ou à noite.

O CNT é um sindicato minoritário e atua apenas em uma das duas lojas de Barcelona. O sindicato ainda não conseguiu marcar uma reunião com a empresa para registrar suas queixas, disse Paredes.

“Estamos conversando desde agosto com nossos colegas em greve na França. Na Espanha, ao contrário deles, nem todos os sindicatos concordaram em fazer greve”, disse Paredes.