A integridade do voto presidencial do Equador não foi afetada por ataques cibernéticos, afirmam as autoridades

As autoridades afirmam que a integridade do voto presidencial do Equador não foi afetada por ataques cibernéticos.

QUITO, 20 de agosto (ANBLE) – As urnas fecharam nas eleições presidenciais e legislativas do Equador no domingo, após uma campanha ensombrada pela violência, em meio às esperanças dos eleitores de que o vencedor tire o país de uma espiral de violência e dificuldades econômicas.

Um site criado para que alguns equatorianos residentes no exterior pudessem votar sofreu ataques cibernéticos, disse o chefe do Conselho Nacional Eleitoral, mas a integridade do voto não foi afetada pelo problema.

Uma pesquisa de boca de urna realizada após o fechamento das votações às 17h no horário local (22h no horário de Greenwich) mostrou Luisa Gonzalez, protegida do ex-presidente esquerdista Rafael Correa, liderando com quase 33% dos votos.

O ex-legislador Daniel Noboa surpreendeu com um segundo lugar, obtendo 20,5% dos votos, de acordo com a pesquisa.

Jan Topic, um empresário que afirma ter servido na Legião Estrangeira Francesa e que prometeu tornar os problemas de segurança do país sua principal prioridade, ficou logo atrás de Noboa com 18,3%.

Resultados oficiais iniciais começaram a ser divulgados pelo conselho.

Os candidatos se comprometeram a combater o aumento acentuado da criminalidade, que o governo atual atribui às gangues de drogas, e a melhorar a economia em dificuldades, cujos problemas têm causado um aumento no desemprego e na migração.

A segurança ganhou destaque na disputa após o assassinato do candidato anticorrupção Fernando Villavicencio, ex-jornalista investigativo e legislador, que foi morto a tiros ao sair de um evento de campanha no início deste mês. O partido de Villavicencio subsequentemente escolheu Christian Zurita para substituí-lo.

Outros candidatos relataram ataques contra eles, embora em vários casos a polícia tenha dito que a violência não foi direcionada aos próprios candidatos.

Eleitores nas urnas em Quito, a capital, e Guayaquil disseram que a segurança era sua principal preocupação.

“A segurança vem em primeiro lugar, e depois a economia e os empregos. Sem segurança, não há investimento, não há empresas, não há empregos”, disse Patricia Simbana, funcionária pública que votou em uma escola primária na capital, onde Zurita votou em meio a uma aglomeração de jornalistas e soldados fortemente armados.

Seis suspeitos, todos colombianos que a polícia dizem fazer parte de gangues criminosas, foram acusados pelo assassinato de Villavicencio e estão sob custódia. Outro suspeito morreu de ferimentos sofridos em um tiroteio com as autoridades.

ATAQUES CIBERNÉTICOS

Os ataques cibernéticos ao site para eleitores no exterior foram lançados da Índia, Bangladesh, Paquistão, Rússia, Ucrânia, Indonésia e China, disse Diana Atamaint, presidente do conselho eleitoral.

“A plataforma online sofreu ataques cibernéticos que afetaram a fluidez do acesso à votação. Esclarecemos e enfatizamos que os votos registrados não foram violados”, disse Atamaint.

Vários candidatos denunciaram problemas com o site.

Mais de 82% daqueles que são obrigados a votar o fizeram, acrescentou Atamaint. A votação é obrigatória para pessoas entre 18 e 65 anos.

Gonzalez, que liderava as pesquisas antes das eleições, prometeu liberar US$ 2,5 bilhões das reservas internacionais para fortalecer a economia do Equador.

Ela também prometeu trazer de volta programas sociais implementados por Correa – que desde então foi condenado por corrupção – durante sua década no poder.

Noboa, filho de 35 anos do proeminente empresário de bananas e ex-candidato presidencial Alvaro Noboa, aparentemente ganhou apoio depois de se sair bem no único debate televisivo da campanha.

Um legislador até que o atual presidente Guillermo Lasso dissolvesse a assembleia nacional e convocasse eleições antecipadas, Noboa concentrou sua campanha na criação de empregos, incentivos fiscais para novos negócios e penas de prisão para evasão fiscal grave.

Também no boletim de domingo havia dois referendos ambientais – ambos esperados para serem aprovados – que poderiam bloquear a mineração em uma floresta perto de Quito e o desenvolvimento de um bloco de petróleo na Amazônia.

Os eleitores também estavam elegendo 137 membros da assembleia nacional.