Até mesmo os juízes conservadores da Suprema Corte parecem estar se alinhando com o bebê de Elizabeth Warren, o CFPB.

Até os juízes conservadores da Suprema Corte parecem apoiar o CFPB, bebê de Elizabeth Warren.

Até mesmo alguns juízes conservadores pareceram céticos em relação aos argumentos de que a agência, criada após a crise financeira de 2008 para regular hipotecas, empréstimos de carro e outros serviços financeiros ao consumidor, viola a Constituição na forma como é financiada.

O caso do CFPB é um dos vários grandes desafios às agências reguladoras federais na pauta deste período para um tribunal que, há mais de uma década, tem sido aberto a limitações em suas operações. O CFPB, uma ideia da senadora democrata Elizabeth Warren de Massachusetts, tem sido há muito tempo oposto pelos republicanos e seus apoiadores financeiros.

Mas a maioria do tribunal parecia pronta para rejeitar os argumentos abrangentes feitos pelo advogado dos credores de empréstimos de curto prazo, cujo desafio a uma regra do CFPB gerou o caso no Supremo Tribunal. Uma decisão a favor da agência também silenciaria preocupações sobre a validade das ações do CFPB desde a sua criação.

Diferentemente da maioria das agências federais, o órgão de defesa do consumidor não depende do processo orçamentário anual no Congresso. Em vez disso, é financiado diretamente pelo Federal Reserve, com um limite anual atual de cerca de US$600 milhões.

O tribunal federal de apelações em Nova Orleans, em uma decisão inovadora, considerou que o financiamento violava a cláusula de apropriações da Constituição porque isola indevidamente o CFPB da supervisão do Congresso.

Apoiando essa decisão, o advogado Noel Francisco afirmou em nome dos credores na terça-feira que o Congresso não pode conferir tanto poder a uma agência do poder executivo. “Isso é uma delegação perpétua para escolher seu próprio número”, disse Francisco, que atuou como principal advogado da Suprema Corte no governo Trump.

Mas vários juízes se opuseram a seus argumentos.

“O Congresso poderia mudar isso amanhã. Não há nada permanente ou perpétuo nisso”, disse o juiz Brett Kavanaugh.

A juíza Elena Kagan disse que os argumentos de Francisco estavam “indo contra 250 anos de história”.

O juiz Samuel Alito foi o questionador mais agressivo quando a advogada-geral Elizabeth Prelogar, principal advogada do governo Biden, defendeu o CFPB.

Enquanto a Câmara de Comércio dos Estados Unidos e alguns outros interesses comerciais apoiavam os credores de empréstimos de curto prazo, banqueiros hipotecários e outros setores regulados pelo CFPB alertaram o tribunal para evitar uma decisão ampla que poderia perturbar os mercados.

Há três anos, o tribunal decidiu outro caso do CFPB, decidindo que o Congresso havia isolado indevidamente o diretor do escritório da demissão. Os juízes disseram que o diretor poderia ser substituído pelo presidente a qualquer momento, mas permitiram que a agência continuasse a operar.