Bancos italianos maiores ainda são vistos pagando imposto único, apesar da oferta de exclusão

Bancos italianos ainda pagam imposto único, apesar da oferta de exclusão

MILÃO, 25 de setembro (ANBLE) – Os maiores bancos da Itália ainda devem pagar um imposto bancário único, apesar do governo oferecer aos credores uma saída em troca de reservarem dinheiro para aumentar as reservas de capital.

O governo provocou uma queda no mercado no mês passado com o anúncio surpresa de um imposto de 40% sobre os lucros que os bancos estão obtendo com o aumento das taxas de juros.

Agora, documentos mostram que o governo está planejando oferecer aos bancos a opção de aumentar as reservas não distribuíveis em um valor equivalente a 2,5 vezes o imposto, que será limitado a 0,26% dos ativos ponderados pelo risco (APRs), em vez de 0,1% dos ativos totais inicialmente proposto.

A opção beneficiaria os bancos que possuem uma proporção maior de títulos do governo italiano em seus ativos em comparação com os empréstimos.

“Os bancos de primeira linha provavelmente optarão por pagar o imposto excepcional em vez de alocar o valor ao capital, já que o impacto do imposto é administrável e o pagamento pareceria mais ético”, disse a Societe Generale.

A Banca Akros e a corretora Equita também esperam que a maioria dos bancos pague o imposto.

A Akros destacou o “excesso de capital já abundante” dos bancos listados da Itália e os casos de investimento com base na distribuição de capital elevada aos acionistas. A Equita também afirmou que o pagamento do imposto permitiria aos bancos manterem mais flexibilidade em sua política de remuneração.

A Equita citou o Monte dei Paschi di Siena (BMPS.MI), estatal, e o ICCREA, banco cooperativo não listado, ambos sem planos de pagar dividendos este ano, como os maiores beneficiários.

“(Eles) provavelmente reservarão os ganhos e não estarão sujeitos ao imposto extraordinário.”

Os ativos bancários são ponderados com base no risco que carregam, sendo que as regras atuais atribuem um risco zero aos títulos do governo.

A mudança da base de cálculo do imposto para os ativos ponderados pelo risco beneficia os bancos que possuem uma “densidade de risco” menor, ou seja, um peso médio de risco por unidade de exposição menor.

“O impacto da nova definição do imposto é menor para as entidades caracterizadas por um modelo de negócio com menor peso de capital e, consequentemente, com uma densidade de APR menor”, disse a Equita, mencionando a Fineco (FBK.MI) e a Banca Generali (BGN.MI) como acumuladoras de ativos e o Credem (EMBI.MI) como bancos tradicionais.

O índice bancário da Itália (.FTITLMS3010) reverteu os ganhos anteriores e ficou estável no dia até às 12h29 GMT.