Staley enfrenta multa e proibição no Reino Unido por declarações sobre Epstein enquanto CEO do Barclays

Staley enfrenta multa e proibição no Reino Unido por fazer 'Epstain' enquanto CEO do Barclays

LONDRES, 12 de outubro (ANBLE) – A Financial Conduct Authority (FCA) do Reino Unido informou na quinta-feira que planeja multar o ex-diretor executivo do Barclays, Jes Staley, em 1,8 milhões de libras esterlinas (2,21 milhões de dólares) por “enganá-la imprudentemente” sobre sua relação com Jeffrey Epstein.

A FCA, que também pretende proibir o ex-CEO do Barclays de ocupar um cargo de alto escalão na indústria de serviços financeiros, disse em comunicado que Staley apelou contra suas conclusões, que eram, portanto, provisórias.

Staley afirmou estar “muito desapontado” com a decisão da FCA, e que continuará contestando.

“Se eu soubesse quem o JE realmente era, não há absolutamente nenhuma dúvida de que eu não estaria na posição em que estou hoje”, disse ele em comunicado divulgado por seu escritório de advocacia, Arnold & Porter.

O financista desonrado Epstein se matou numa prisão de Nova York em 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.

“A FCA constatou que o Sr. Staley imprudentemente aprovou uma carta enviada pelo Barclays à FCA, que continha duas declarações enganosas, sobre a natureza de sua relação com Jeffrey Epstein e o ponto do último contato deles”, disse a FCA.

‘CONSCIENTE DO RISCO’

O Barclays afirmou que, após considerar as conclusões da FCA, seu comitê de remuneração concluiu que Staley deveria ser inelegível ou perder as gratificações e incentivos de longo prazo no valor de 17,8 milhões de libras esterlinas.

“Nós apoiamos a decisão da FCA anunciada hoje contra o Jes Staley. É imperativo que os gerentes seniores atuem com integridade e sejam abertos e cooperativos com os reguladores”, disse o Banco da Inglaterra em comunicado separado.

O órgão regulador solicitou a Staley em agosto de 2019 que explicasse o que ele tinha feito para se certificar de que não havia irregularidades na relação entre ele e Epstein.

“Em sua resposta, o Barclays se baseou nas informações fornecidas pelo Sr. Staley. O Sr. Staley confirmou que a carta era justa e precisa”, disse a FCA. “Na realidade, em e-mails entre os dois, o Sr. Staley descreveu o Sr. Epstein como um de seus amigos ‘mais profundos’ e ‘mais preciosos'”, acrescentou.

A carta também afirmava que Staley havia deixado de entrar em contato com Epstein bem antes de se juntar ao Barclays, embora Staley tenha mantido contato com Epstein nos dias que antecederam o anúncio de sua nomeação como CEO, disse a FCA.

“A FCA constatou que o Sr. Staley estava ciente do risco que sua associação com o Sr. Epstein representava para sua carreira”, acrescentou o órgão regulador.

A FCA afirmou que um diretor executivo precisa exercer bom julgamento e dar exemplo aos funcionários.

“O Sr. Staley não fez isso. Consideramos que ele enganou tanto a FCA quanto o Conselho do Barclays sobre a natureza de sua relação com o Sr. Epstein”, disse Therese Chambers, diretora executiva conjunta de execução e supervisão de mercado da FCA.

O Barclays afirmou que não foi objeto da investigação da FCA e que a Notificação de Decisão da FCA não apresentou quaisquer conclusões contra ele, seus diretores ou funcionários. O banco afirmou que cooperou plenamente com a investigação regulatória.

No mês passado, o JP Morgan Chase JPM.N informou que havia chegado a um acordo confidencial com Staley, que anteriormente havia servido como executivo em sua unidade de private banking e que o JP Morgan havia culpado por manter Epstein como cliente.

O JP Morgan também concordou em pagar $75 milhões para resolver as acusações das Ilhas Virgens dos EUA de que o banco havia ajudado no tráfico sexual de Epstein. O JP Morgan não admitiu qualquer culpa.

($1 = 0,8129 libras esterlinas)