A China está se gabando por ser a primeira a construir um reator nuclear de próxima geração. Aqui está como ele se compara aos reatores em países como os EUA, Japão e Rússia.

A China não está para brincadeira constrói um reator nuclear de próxima geração e manda recado aos EUA, Japão e Rússia. Descubra como essa belezura se compara aos demais!

  • A China anunciou na quarta-feira que o reator nuclear Shidaowan está oficialmente contribuindo para a rede elétrica.
  • Embora menos potente que as usinas estrangeiras, é o primeiro reator do mundo a utilizar hélio, em vez de água.
  • As usinas nucleares costumam consumir bilhões de galões de água por dia, o que é um problema para a China, que sofre com a escassez de água.

A China anunciou na quarta-feira que começou a operar comercialmente o primeiro reator nuclear de nova geração do mundo.

O novo reator, construído em Shandong pela empresa de energia estatal Huaneng, pela Universidade Tsinghua e pela Corporação Nacional de Energia Nuclear da China, foi aclamado como um “marco” do programa de ciências do país pela Administração Nacional de Energia em um anúncio nas redes sociais.

O reator Rongcheng Shidaowan está sendo oficialmente utilizado para fornecer energia à rede regional após um teste de 168 horas, informou a administração.

Ele é capaz de produzir apenas cerca de 200 megawatts de eletricidade, em comparação com outras usinas como a usina Grand Gulf em Port Gibson, Mississippi, que é uma unidade de 1.433 megawatts e a usina nuclear mais potente dos Estados Unidos.

A usina de Fukushima, no Japão, tinha seis reatores que produziam 4,69 gigawatts, enquanto o reator BN-1200 da Rússia em Beloyarsk produz 1.200 megawatts.

Mas a fama do Shidaowan está em como ele gera energia. O reator é resfriado usando gás hélio em vez de água – uma vantagem para a China, que luta para encontrar água suficiente para seu povo.

Os reatores geralmente precisam de cerca de 400 a 720 galões de água para cada megawatt produzido por hora, o que significa que uma única usina nuclear pode consumir bilhões de galões por dia.

Reatores experimentais que utilizam hélio já foram construídos anteriormente, como um em Oarai, Japão, mas o Shidaowan é o primeiro a ser utilizado comercialmente.

Também é capaz de desligar automaticamente se a usina estiver em risco de derretimento ou vazamento, mesmo que o reator perca a capacidade de se resfriar, informou a Xinhua.

A maioria dos reatores requer energia para acionar medidas de segurança, portanto, muitos têm geradores diesel como backups. Mas os geradores não são infalíveis – o desastre de Fukushima Daiichi, no Japão, em 2011 ocorreu quando os geradores da usina foram desligados por um tsunami.

A China tem como objetivo produzir 10% de sua eletricidade por meio de energia nuclear até 2030, como parte de um impulso de energia verde. Mas o país já perdeu sua meta de 2020 de produzir 58 gigawatts com usinas nucleares, em vez disso, produziu 53 gigawatts.

O país está construindo 22 novas usinas nucleares, de longe o maior número entre todas as nações do mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica.

A Índia fica atrás com oito usinas, enquanto o Reino Unido está construindo duas e os EUA estão construindo uma.

A China atualmente possui 55 reatores nucleares, o que significa que suas ambições energéticas a colocariam na frente dos 56 da França, mas ainda atrás dos 93 reatores capazes de serem utilizados nos EUA.

Os reatores nucleares nos EUA podem gerar até 95,86 gigawatts de eletricidade, de acordo com a AIEA.