A China recebe equipamentos dos EUA para fabricar chips avançados, apesar das novas regras – relatório

A China ganha fichas no jogo comercial recebe equipamentos dos EUA para produzir chips avançados, mesmo com as novas regras - relatório

WASHINGTON, 14 de novembro (ANBLE) – Empresas chinesas estão comprando equipamentos de fabricação de chips dos Estados Unidos para produzir semicondutores avançados, mesmo diante de uma série de novas restrições de exportação com o objetivo de impedir avanços na indústria de semicondutores do país, disse um relatório do congresso nesta terça-feira.

O relatório anual de 741 páginas, divulgado pelo comitê bipartidário seleto sobre a China da Câmara dos Representantes, critica as restrições de exportação de outubro de 2022 da administração Biden, que buscam impedir que fabricantes chineses de chips obtenham ferramentas de fabricação de chips dos EUA se elas forem usadas para produzir chips avançados no nó de 14 nanômetros ou abaixo.

Com o Departamento de Comércio usando o limite de restrição de 14 nanômetros, “os importadores muitas vezes conseguem comprar os equipamentos se afirmarem que estão sendo usados em uma linha de produção mais antiga, e com capacidade limitada para inspeções de uso final, é difícil verificar se os equipamentos não estão sendo usados para produzir chips mais avançados”, declarou o relatório.

A descoberta acontece enquanto os Estados Unidos correm para descobrir como a gigante de telecomunicações chinesa Huawei conseguiu produzir um chip avançado de 7 nanômetros para alimentar seu smartphone Mate 60 Pro na principal fabricante de chips da China, a SMIC, apesar das restrições de exportação anunciadas no ano passado.

Huawei e SMIC também foram adicionadas a uma lista de restrição comercial em 2019 e 2020, que teoricamente proíbe fornecedores dos EUA de enviar certas tecnologias para as empresas.

Observadores da China teorizaram que a SMIC poderia ter fabricado o chip com equipamentos obtidos antes das regras de outubro de 2022, mas o relatório mostra que havia outras opções para obter os equipamentos do exterior.

Os Estados Unidos conseguiram fechar uma brecha importante em seus esforços para dificultar o acesso da China a ferramentas avançadas de fabricação de chips, ao convencer aliados como Japão e Países Baixos, que também possuem indústrias de fabricação de chips robustas, a anunciarem suas próprias restrições às exportações dessa tecnologia cobiçada.

Mas a China acumulou equipamentos aproveitando o intervalo entre as regras de outubro de 2022 dos Estados Unidos e os movimentos semelhantes do Japão e dos Países Baixos em julho e setembro de 2023, respectivamente, detalha o relatório.

De acordo com o documento, entre janeiro e agosto de 2023, a China importou US$ 3,2 bilhões (RMB 23,5 bilhões) em máquinas de fabricação de semicondutores dos Países Baixos, um aumento de 96,1% em relação aos US$ 1,7 bilhão (RMB 12 bilhões) registrados no mesmo período de 2022. As importações da China de equipamentos semicondutores de todos os países totalizaram US$ 13,8 bilhões (RMB 100 bilhões) nos primeiros oito meses de 2023, acrescentou.

O relatório não apresenta uma recomendação específica para abordar as lacunas nas regras dos Estados Unidos, mas insta o Congresso a solicitar uma avaliação anual, que deverá ser concluída dentro de seis meses pela General Accountability Office e posteriormente divulgada, sobre a eficácia do controle de exportação de equipamentos de fabricação de chips para a China.

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