Participação chinesa na conferência saudita dobra enquanto Riad corteja Pequim

Aumenta a participação chinesa na conferência saudita enquanto Riad faz charme para Pequim

RIYADH, 19 de outubro (ANBLE) – Cerca de 300 “tomadores de decisões” chineses estão participando da conferência de investimentos de destaque da Arábia Saudita este ano, segundo os organizadores disseram na quinta-feira, o dobro da presença do ano passado, à medida que Riad aprofunda sua relação com a China, apesar das preocupações dos EUA.

Apenas cerca de 15 pessoas cancelaram sua participação no anual Future Investment Initiative (FII), afirmou Richard Attias, CEO do Instituto FII, à medida que a guerra em Gaza levantava temores de um conflito mais amplo que poderia afetar a região do Golfo.

“Todos os palestrantes mais importantes e mais importantes estão insistindo em vir”, disse Attias aos jornalistas.

Financistas de Wall Street e investidores ocidentais têm sido as estrelas do encontro FII desde o seu lançamento pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman em 2017 para promover os planos de diversificação econômica do reino.

Mas a relação de Riad com Washington se deteriorou sob o presidente Joe Biden devido a várias questões, incluindo laços mais próximos da Arábia Saudita com a China. Desafiando seu importante aliado ocidental, o príncipe Mohammed convidou o presidente chinês Xi Jinping para visitar o reino e lançou uma cúpula sino-árabe.

A nova onda de participantes chineses ocorre na esteira dessa cúpula, “um eco da cúpula sino-árabe… Há um impulso”, disse Attias.

Em agosto, o grupo de nações BRICS, que inclui a China, convidou a Arábia Saudita para se tornar um novo membro do bloco.

Grandes executivos de Wall Street ainda dominarão os palcos: o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, e Jane Fraser, do Citi, além de figuras sêniores dos bancos globais com forte presença na Ásia, como o HSBC e o Standard Chartered, estão todos na lista de participantes.

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, o presidente queniano William Ruto e o presidente ruandês Paul Kagame também estarão presentes na conferência, que começa na terça-feira, disse Attias.

A Arábia Saudita está no meio de um ambicioso plano de transformação econômica – Visão 2030 – para retirar a economia do petróleo, criando novas indústrias, gerando empregos para os cidadãos e atraindo capital e talentos estrangeiros.

No entanto, o reino tem lutado para atrair investimentos estrangeiros para ajudar a financiar seus mega-planos, deixando o governo e seu fundo soberano de riqueza, o PIF, responsáveis pela maior parte dos gastos.

À medida que o conflito em Gaza gera incerteza, Attias disse que a guerra e seu impacto nos negócios serão temas importantes nas sessões durante a conferência.