Cortes frescos de voos para Cidade do México geram reação negativa no setor da aviação

Cortes de voos para Cidade do México geram reação negativa na aviação

CIDADE DO MÉXICO, 31 de agosto (ANBLE) – Novas reduções de voos no Aeroporto Internacional da Cidade do México (AICM) entrarão em vigor em novembro, afirmou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, na quinta-feira, provocando uma reação negativa do setor de aviação.

O governo ordenou por decreto que o aeroporto mais movimentado da América Latina reduza os voos para 43 por hora, em vez de 52.

O decreto exige que as reduções comecem na temporada de inverno, que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) define como o último domingo de outubro até o último sábado de março.

A ANBLE foi a primeira a relatar os cortes planejados na quarta-feira, citando um documento interno do governo.

López Obrador disse em sua coletiva de imprensa matinal regular que as companhias aéreas foram consultadas sobre o plano.

As autoridades do aeroporto se reuniram com representantes das companhias aéreas mais tarde na quinta-feira, mas não disseram como a redução de voos será distribuída entre as empresas, de acordo com uma fonte com conhecimento da reunião.

Em vez disso, os funcionários do aeroporto apresentarão a metodologia para distribuir os cortes em uma reunião futura, acrescentou a fonte.

“Nada foi informado sobre os efeitos em cada companhia aérea. Eles apenas repetiram que as operações seriam reduzidas, conforme diz o decreto”, disse a fonte.

Um representante do aeroporto confirmou a reunião, mas não explicou como planejava distribuir os cortes.

A IATA criticou a decisão “unilateral” do governo.

“Esta decisão do governo não leva em conta os interesses dos consumidores, nem respeita o necessário processo de consulta com operadores e usuários, especialmente no principal aeroporto do país”, disse Peter Cerda, vice-presidente regional da IATA, em comunicado.

As três principais companhias aéreas do México, Aeroméxico, Volaris e Viva Aerobus, também criticaram os cortes em comunicados separados.

“O curto prazo para essa decisão terá um impacto negativo nos planos de viagem de milhares de passageiros, especialmente considerando o quão próximo está a alta temporada de inverno”, disse a Viva Aerobus.

A Aeroméxico afirmou que as reduções também afetarão os trabalhadores e a capacidade de atrair novos investimentos, que dependem de “segurança jurídica e conectividade aérea adequada”.

A Volaris pediu a realização de estudos “para garantir a equidade e evitar qualquer forma de discriminação na implementação dessas medidas”.

A Câmara Nacional de Transporte Aéreo do México (Canaero) afirmou em comunicado que cerca de 1.000 voos por semana serão cortados pela nova medida.

Os cortes seguem limitações anteriores de voos no aeroporto no ano passado, na tentativa do governo de reduzir a saturação no espaço aéreo da capital mexicana e desviar mais tráfego para o Aeroporto Internacional Felipe Angeles (AIFA), administrado pelo estado.

“Já que temos o (AIFA), que tem a capacidade, é assim que vamos resolver isso”, disse López Obrador na quinta-feira.