O dono da Coach cria gigante de luxo nos EUA com acordo de US$ 8,5 bilhões para a matriz da Michael Kors

Dono da Coach cria gigante de luxo nos EUA com acordo de US$ 8,5 bi para matriz da Michael Kors.

10 de agosto (ANBLE) – A Tapestry, empresa-mãe da Coach (TPR.N), comprará a Capri Holdings, proprietária da Michael Kors (CPRI.N), em um acordo avaliado em US$ 8,5 bilhões, criando uma das principais casas de moda dos Estados Unidos capaz de competir melhor com rivais europeus maiores no mercado global de luxo.

A Tapestry pagará aos acionistas da Capri US$ 57 por ação em dinheiro, ou US$ 6,69 bilhões, representando um prêmio de quase 65%. As ações da Capri estavam sendo negociadas a US$ 54,90 antes do sino na quinta-feira. As ações da Tapestry caíram 2%.

O acordo reúne as marcas da Tapestry, que incluem Kate Spade e Stuart Weitzman, e as etiquetas Jimmy Choo e Versace da Capri.

As empresas de luxo dos Estados Unidos têm consistentemente ficado para trás de seus pares europeus, como a LVMH (LVMH.PA), que possui 75 marcas, incluindo a joalheria Tiffany e as marcas de moda Louis Vuitton e Dior.

A aquisição também é um recurso contra uma iminente desaceleração na demanda por bens de luxo nos Estados Unidos, seguindo uma alta pós-pandemia, à medida que a inflação ainda alta força os clientes a reduzir os gastos discricionários.

“(A demanda enfraquecida) colocou pressão sobre a Tapestry e a Capri, ambas agora buscando mercados internacionais para impulsionar o crescimento. Há mais segurança em embarcar em planos internacionais ousados como uma entidade maior”, disse o diretor-gerente da GlobalData, Neil Saunders.

O CEO da Capri, John Idol, disse na quinta-feira que o acordo forneceria maiores recursos e capacidades “para acelerar a expansão de nosso alcance global”.

Ambas as empresas cresceram por meio de aquisições.

Em 2017, a Tapestry – então conhecida como Coach Inc – comprou a fabricante de bolsas Kate Spade por US$ 2,4 bilhões. No mesmo ano, a Capri, anteriormente conhecida como Michael Kors, adquiriu a fabricante de sapatos britânica Jimmy Choo por US$ 1,2 bilhão.

Um ano depois, a Capri comprou a Versace por US$ 2,2 bilhões.

A aquisição da Capri também pode marcar uma retomada nas negociações no setor de luxo dos Estados Unidos, enquanto as principais empresas europeias têm adquirido marcas de alto padrão.

No mês passado, o grupo de luxo francês Kering, que está lutando para reviver as vendas de sua marca estrela Gucci, anunciou a compra de uma participação de 30% na marca de moda italiana Valentino.

A LVMH, o maior grupo de luxo do mundo, concluiu a aquisição de US$ 15,8 bilhões da Tiffany no início de 2021.

O Wall Street Journal foi o primeiro a relatar sobre um possível acordo entre a Capri e a Tapestry na quarta-feira.