Equatorianos avaliam promessas econômicas e de segurança na votação presidencial

Equatorianos analisam promessas econômicas e de segurança antes da eleição presidencial

QUITO/GUAYAQUIL, 15 de outubro (ANBLE) – Os equatorianos votaram no domingo para escolher seu próximo presidente, avaliando as promessas de melhorar a economia e controlar uma situação de segurança em espiral de um empresário que é herdeiro de uma ANBLE de bananas e de uma esquerdista que seria a primeira líder mulher do país.

As principais preocupações dos eleitores estão centradas principalmente na economia, que tem enfrentado dificuldades desde a pandemia de coronavírus e motivou muitos milhares de equatorianos a migrarem, e no aumento do crime, incluindo o aumento de assassinatos, roubos e rebeliões nos presídios.

A violência, que o governo atual atribui às gangues de drogas, atingiu um ponto alto durante a campanha com o assassinato do candidato anticorrupção Fernando Villavicencio, que foi morto a tiros ao sair de um evento de campanha em Quito em agosto.

O magnata dos negócios Daniel Noboa, de 35 anos, liderou as pesquisas recentes, mas pelo menos duas pesquisas o colocaram e Luisa Gonzalez, uma protegida do ex-presidente Rafael Correa, dentro da margem de erro.

Gonzalez, uma ex-deputada de 45 anos, obteve 34% dos votos no primeiro turno. Ela votou cedo no domingo em Canuto, cercada por uma forte segurança.

“Temos confiança de que o povo equatoriano votará com memória, com o coração, por um país com dignidade e direitos”, disse Gonzalez ao sair de seu local de votação.

Gonzalez disse que traria de volta os gastos sociais populares que caracterizaram a década de Correa no poder, prometendo medicamentos gratuitos, maior proteção aos trabalhadores e ajuda direta aos necessitados.

Ela também prometeu usar $2,5 bilhões de reservas internacionais para fortalecer a economia.

“Neste momento, não temos estabilidade social ou econômica. Preocupo-me com o futuro dos meus filhos”, disse Erika Granja, eleitora de Gonzalez de 43 anos, no sul de Guayaquil.

“Eu trabalho todos os dias por eles e quero um país melhor para eles”, disse ela, acrescentando que os governos recentes deixaram o país “em pedaços”.

Noboa, também ex-deputado que prometeu criação de empregos – especialmente para os jovens – foi uma surpresa na disputa, obtendo 23% no primeiro turno.

Ele é filho do multimilionário magnata das bananas Alvaro Noboa, que concorreu sem sucesso à presidência várias vezes.

“As pessoas querem impunidade zero, as pessoas querem progresso, as pessoas querem empregos e os jovens querem esperança”, disse Noboa depois de votar em Santa Elena.

“Precisamos da esperança de um candidato preparado e (Noboa) é isso”, disse Estefano Ruales, estudante universitário de Guayaquil, de 25 anos. “Precisamos da esperança de que ele siga o caminho correto para melhorar a situação em nosso Equador”.

O pai de Ruales, um motorista de táxi, foi assassinado durante um assalto há sete meses, disse ele, e ele teme que uma vitória de Gonzalez piore a insegurança.

DISPUTA ACIRRADA

O Conselho Eleitoral Nacional disse na sexta-feira que cerca de 825 equatorianos na Nicarágua, Rússia, Bielorrússia e Israel não poderão votar devido à falta de presença consular ou guerra, em uma ação criticada por Correa nas redes sociais.

A candidata a vice-presidente de Noboa, Verônica Abad, disse que estará no conselho monitorando os relatórios de votação.

Cerca de 45% dos equatorianos aptos a votar já haviam votado até às 13h, horário local, informou a presidente do conselho, Diana Atamaint, em entrevista coletiva, acrescentando que as autoridades investigarão um vídeo nas redes sociais mostrando uma pessoa marcando várias cédulas na província de Sucumbios.

O atual presidente, Guillermo Lasso, convocou as eleições antecipadamente para evitar um processo de impeachment sob acusações de ter ignorado alertas de desvio de recursos relacionados a um contrato em uma empresa estatal. Ele negou as acusações.

O vencedor governará apenas de dezembro até maio de 2025, quando o vencedor das eleições programadas assumirá o cargo.

Muitos eleitores ainda estavam indecisos nos últimos dias da campanha, de acordo com pesquisas.

Uma vitória de Noboa inicialmente pode ser percebida como positiva pelos investidores, mas a perspectiva do mercado a longo prazo dependerá de quem ele nomear para cargos de alto escalão, disse Zulfi Ali, gerente de portfólio da PGIM.

“O mercado vai observar atentamente as políticas, as declarações iniciais e também a composição do gabinete, especialmente no caso de Noboa”, disse Ali. “Portanto, embora a primeira reação seja positiva porque ele é um candidato pró-negócios, pró-negócios e pró-mercados podem significar coisas diferentes.”

Gonzalez disse que Correa será sua principal conselheira econômica, enquanto ambos os candidatos disseram que equilibrarão o cumprimento dos termos da dívida externa do Equador com as necessidades da população.

Na área de segurança, Gonzalez prometeu construir uma nova prisão fora de Guayaquil e retomar o controle do país dos criminosos, enquanto Noboa disse que os condenados mais perigosos deveriam ser mantidos em barcos-prisão e que usará tecnologia no combate ao crime.

Ambos se comprometeram em reforçar a segurança nos portos e aeroportos, locais de destaque para o tráfico de drogas.

Gonzalez conta com o apoio do partido Revolução Cidadã de Correa, enquanto Noboa formou seu próprio partido, Ação Democrática Nacional.

Ambos os candidatos tentaram conquistar os jovens nos últimos dias da campanha. Cerca de um quarto dos 13 milhões de equatorianos obrigados a votar têm entre 18 e 29 anos.

As urnas foram abertas às 7h, horário local, e fecharão às 17h (22h GMT). Noboa deverá aguardar os resultados na cidade litorânea de Olón, enquanto Gonzalez tem um evento planejado em Quito.