El Salvador se tornou o primeiro país a aceitar o Bitcoin como moeda de curso legal. Agora está oferecendo cidadania por um ‘investimento’ de $1 milhão.

El Salvador O país pioneiro que aceita o Bitcoin como moeda oficial e oferece cidadania por um investimento de $1 milhão!

Em 2021, El Salvador se tornou o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal, exigindo que as empresas aceitem a principal criptomoeda como forma de pagamento e lançando uma carteira digital chamada “Chivo”, incentivando os cidadãos a participarem com um bônus de inscrição de US$ 30 em Bitcoin.

A iniciativa foi controversa, com os salvadorenhos protestando contra a medida – juntamente com a preocupante mudança autocrática do Presidente Nayib Bukele – e a adoção foi lenta, com a grande maioria dos cidadãos continuando a usar dinheiro em espécie. Enquanto isso, Bukele gastou dezenas de milhões de dólares em Bitcoin provenientes de fundos federais, o que se mostrou desastroso, com seu preço despencando de uma alta histórica de cerca de US$ 69.000 em novembro de 2021 – quando Bukele anunciou o desenvolvimento de uma “Cidade Bitcoin” – para menos de US$ 17.000 no início de 2023.

Ainda assim, El Salvador tem sido popular entre os entusiastas do Bitcoin de todo o mundo, com o ministro do turismo do país anunciando em maio que os viajantes estavam indo em massa para o país em números históricos, impulsionados pelo compromisso com as criptomoedas. Isso inclui muitos dos “maxis” de Bitcoin mais proeminentes da comunidade internacional, como a influente empresa Swan Bitcoin, que abriu uma casa em El Zonte, uma cidade litorânea creditada em grande parte pelo início do experimento do Bitcoin no país.

Uma acentuada diminuição da criminalidade no país – impulsionada pela controversa política de Bukele de prender milhares de supostos membros de gangues do país – tem incentivado ainda mais os defensores do Bitcoin a se dirigirem ao país.

‘Indivíduos visionários’

O anúncio de hoje representa uma nova fase para o compromisso de El Salvador com o Bitcoin, impulsionado pela não comprovada declaração de Bukele de que seu investimento em Bitcoin se tornou lucrativo, graças a uma recente valorização do preço.

A administração Bukele tem sido parceira da Bitfinex, uma empresa afiliada à Tether – a principal stablecoin do mundo, ou seja, um ativo de criptomoeda vinculado, neste caso, ao dólar americano – que tem enfrentado escrutínio devido à falta de transparência e à jurisdição offshore. Em abril, a Bitfinex se tornou a primeira empresa a receber uma licença no novo regime regulatório de criptomoedas de El Salvador, e o governo contratou a empresa para ajudar a lançar um título de dívida lastreado em Bitcoin que havia sido adiado por muito tempo.

De acordo com um comunicado da Tether compartilhado com a ANBLE, o novo programa de visto permite que os participantes obtenham um passaporte salvadorenho por meio de um pagamento único de US$ 1 milhão em Bitcoin, que a empresa está descrevendo como um “investimento”, embora não fique claro para onde os recursos serão direcionados. O programa está em busca de “indivíduos visionários”, incluindo “investidores de alto patrimônio líquido”.

Para iniciar o processo, os candidatos devem pagar um depósito não reembolsável de US$ 999 pago em Bitcoin e Ether, seguido de um processo não especificado de “conheça seu cliente”. A declaração inclui um link governamental para uma página de inscrição, com um banner que diz “Powered by Tether”.

O programa vem acompanhado de preocupações dos salvadorenhos de que um influxo de turistas, especialmente em cidades costeiras como El Zonte, que atraem a multidão de criptomoedas, esteja expulsando famílias de baixa renda. No final de novembro, a publicação local Mala Yerba informou que 25 famílias estavam enfrentando despejo em El Zonte para a construção de um parque público chamado “Bitcoin Beach Club de Playa”.