Empresas americanas na China enfrentam dificuldades com invasões, aprovações lentas de negócios, lei anti-espionagem

Empresas americanas na China enfrentam dificuldades com invasões e aprovações lentas de negócios devido à lei anti-espionagem.

WASHINGTON, 29 de agosto (ANBLE) – A secretária do Comércio, Gina Raimondo, afirmou na terça-feira que empresas dos Estados Unidos reclamaram para ela que a China se tornou “inviável para investimentos”, citando multas, operações policiais e outras ações que tornaram arriscado fazer negócios na segunda maior economia do mundo.

Abaixo estão detalhes sobre alguns dos maiores obstáculos para fazer negócios na China nos últimos anos.

Operações policiais e multas:

As autoridades chinesas invadiram o escritório da Mintz Group em Pequim em março e detiveram todos os cinco funcionários locais, o que acabou sendo o início de uma repressão abrangente a empresas de consultoria e due diligence, incluindo o escritório da Bain & Co em Xangai e a Capvision Partners.

O Bureau Municipal de Estatísticas de Pequim confiscou posteriormente 5,34 milhões de yuans dos “rendimentos ilegais” da Mintz e impôs uma penalidade administrativa no mesmo valor, resultando em uma multa total de cerca de $1,5 milhão.

A agência afirmou que a empresa realizou “investigações estatísticas relacionadas a estrangeiros” sem buscar e obter aprovações. A Mintz declarou estar pronta para trabalhar com as autoridades chinesas para “resolver qualquer mal-entendido que possa ter levado a esses eventos”.

Proibição de saída:

A China está cada vez mais impedindo as pessoas de sair do país, incluindo executivos estrangeiros. Uma análise da ANBLE dos registros de proibições de saída, do banco de dados do Supremo Tribunal da China, mostra um aumento oito vezes maior nos casos mencionando as proibições entre 2016 e 2022.

Aprovações regulatórias lentas:

No início de agosto, a Intel Corp (INTC.O) cancelou seu acordo de $5,4 bilhões para comprar a fabricante de chips israelense Semiconductor Ltd Tower (TSEM.TA) depois que o acordo de fusão expirou sem a aprovação regulatória da China.

No ano passado, a DuPont De Nemours Inc (DD.N) cancelou seu acordo de $5,2 bilhões para comprar a fabricante de materiais eletrônicos Rogers Corp (ROG.N) após atrasos na obtenção da aprovação dos reguladores chineses.

Lei de contrainteligência:

Os legisladores chineses aprovaram uma atualização abrangente da legislação antiespionagem de Pequim em abril, proibindo a transferência de qualquer informação relacionada à segurança nacional e ampliando a definição de espionagem.

A lei, que entrou em vigor em julho, alarmou os Estados Unidos, que alertaram que empresas estrangeiras na China podem ser punidas por atividades comerciais regulares.

Todos os “documentos, dados, materiais e itens relacionados à segurança nacional e aos interesses” estão sob a mesma proteção que segredos de estado após as revisões, de acordo com o texto completo da lei revisada publicada pela Xinhua. A lei não define o que se enquadra na segurança nacional ou nos interesses da China.

Questões sobre devido processo:

A secretária Raimondo afirmou que não foi dada “nenhuma justificativa” para as ações chinesas contra a fabricante de chips Micron Technology (MU.O), cujos produtos foram restritos por Pequim no início deste ano. “Houve um processo limitado”, disse ela.