UE busca amenizar ameaças tarifárias e de subsídios verdes dos EUA

UE busca suavizar as ameaças tarifárias e de subsídios verdes dos EUA

BRUXELAS, 16 de outubro (ANBLE) – A União Europeia buscará esta semana evitar o retorno das tarifas sobre metais da era Trump e reduzir o impacto negativo na Lei de Redução de Inflação (IRA) dos EUA e seus subsídios para veículos elétricos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, receberá a chefe da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu Charles Michel na sexta-feira para uma cúpula de um dia projetada para mostrar unidade transatlântica em relação à Ucrânia e a assuntos econômicos.

Dentre os assuntos econômicos, destaca-se uma proposta de declaração conjunta sobre medidas para combater a capacidade excessiva global de produção de aço e alumínio e promover a produção sustentável.

Washington pediu a Bruxelas que aja contra os produtores chineses de aço, em especial, em troca de evitar a reimposição das tarifas da era Trump sobre aço e alumínio da UE, com prazo até o final de outubro para chegar a um acordo.

Vários países da UE, que teriam de concordar com qualquer acordo, destacaram em reuniões na semana passada a necessidade de que as medidas estejam em conformidade com as regras da OMC, que impedem a imposição de tarifas a terceiros países como a China, conforme defendido pelos Estados Unidos, antes de uma investigação para identificar subsídios excessivos ou dumping.

Os dois lados também estão tentando conciliar o sistema de tarifa de fronteira de carbono da UE com uma abordagem dos Estados Unidos para promover um processo de transição para uma economia mais verde por meio de subsídios.

Esses subsídios, em sua maioria provenientes da IRA, têm incomodado os países da UE porque contêm requisitos de conteúdo local. Por exemplo, os consumidores dos EUA são elegíveis para descontos fiscais de até US$ 7.500 se comprarem um veículo elétrico, mas apenas se sua montagem final ocorrer na América do Norte. Metade do desconto fiscal depende da extração ou do processamento de minerais críticos ocorrendo em um país com o qual os Estados Unidos têm um acordo de livre comércio.

A UE espera que a cúpula também resulte em um acordo sobre minerais críticos – cobalto, grafite, lítio, manganês e níquel – que beneficiaria os fornecedores da UE. Dados do Eurostat mostram que as exportações da UE para os Estados Unidos desses minerais ou produtos que os contenham totalizaram 3,5 bilhões de euros (US$ 3,7 bilhões) em 2022.

($1 = 0,9516 euros)