Os EUA vão enviar munições perfuradoras de blindagem controversas contendo urânio empobrecido para a Ucrânia

EUA enviarão munições controversas com urânio empobrecido para Ucrânia

  • Os Estados Unidos estão prontos para enviar munições radioativas controversas para a Ucrânia.
  • A exposição ao pó de urânio radioativo pode levar a riscos graves para a saúde, incluindo defeitos congênitos e cânceres.
  • A longevidade das partículas radioativas pode aumentar o desafio de limpeza pós-guerra da Ucrânia.

Os Estados Unidos estão enviando munições perfurantes controversas contendo urânio empobrecido para a Ucrânia, relata a ANBLE.

As munições fazem parte de um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia que será anunciado na próxima semana. O pacote terá um valor entre US$ 240 milhões e US$ 375 milhões, embora o valor e o conteúdo ainda estejam sendo finalizados, segundo um oficial.

Embora esta seja a primeira vez que os Estados Unidos fornecem essas munições para a Ucrânia, não é o primeiro país ocidental a fazê-lo. O Reino Unido enviou munições de urânio empobrecido anteriormente este ano, informou a Al Jazeera.

Na época, Vladimir Putin alertou que a Rússia “responderia adequadamente, dado que o Ocidente coletivo está começando a usar armas com um ‘componente nuclear'”.

As munições de urânio empobrecido não são consideradas armas nucleares, mas contêm baixos níveis de radiação. Os níveis de radiação são significativamente menores do que o urânio natural, mas as partículas podem permanecer por um período significativo de tempo. A longevidade das partículas pode aumentar o desafio de limpeza pós-guerra da Ucrânia.

O urânio empobrecido é um subproduto do enriquecimento de urânio, e sua densidade extrema confere às munições a capacidade de penetrar facilmente em blindagens e se autoinflamar.

A decisão provavelmente causará controvérsia devido aos perigos que as munições representam para os civis. A administração Biden enfrentou críticas semelhantes no início deste ano quando forneceu à Ucrânia munições de fragmentação.

Segundo a Human Rights Watch, ataques com foguetes de munições de fragmentação mataram pelo menos oito civis e feriram outros 15 em Izium, controlada pela Rússia, no ano passado.

A Coalizão Internacional para a Proibição de Armas de Urânio afirma que inalar ou ingerir pó de urânio radioativo pode levar a riscos graves para a saúde, incluindo defeitos congênitos e cânceres.

Enquanto isso, a agência nuclear das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica, afirma que estudos indicaram que “a existência de resíduos de urânio empobrecido dispersos no meio ambiente não representa um risco radiológico para a população das regiões afetadas”.

As munições, que virão do estoque excedente dos Estados Unidos, seriam financiadas pela Autoridade de Redução Presidencial, que permite ao presidente fazer transferências do estoque dos Estados Unidos sem a aprovação do Congresso em caso de emergência.

Os US$ 240 milhões a US$ 375 milhões se somariam aos US$ 43 bilhões em assistência de segurança dos Estados Unidos para a Ucrânia desde a invasão em larga escala em 2022.

Enquanto a contraofensiva da Ucrânia avança, seus recentes pacotes de ajuda militar incluíram mísseis de defesa aérea, veículos terrestres e artilharia.