A França permitirá que os revendedores de combustíveis vendam abaixo do custo na luta contra a inflação, diz o primeiro-ministro.

França permitirá revendedores venderem abaixo do custo contra a inflação, diz primeiro-ministro.

PARIS, 16 de setembro (ANBLE) – O governo francês planeja suspender temporariamente a proibição de varejistas venderem combustível rodoviário abaixo do custo como parte dos esforços para conter as pressões inflacionárias sobre os consumidores, disse a primeira-ministra Elisabeth Borne ao jornal Le Parisien.

Um aumento renovado nos preços dos combustíveis este verão complicou as tentativas do governo de conter a inflação do consumidor, com ministros pedindo às indústrias de combustíveis e alimentos que reduzam suas margens.

A TotalEnergies (TTEF.PA) estendeu um limite nos preços dos combustíveis até o final do ano, enquanto algumas redes de supermercados fizeram promoções para vender gasolina a preço de custo.

No entanto, uma proibição de venda de combustíveis abaixo do custo, datada de 1963, estava impedindo os distribuidores de reduzirem ainda mais os preços, disse Borne, anunciando que a proibição seria suspensa por “vários meses”.

“Com essa medida sem precedentes, obteremos resultados tangíveis para o povo francês, sem subsidiar combustível”, disse ela em uma entrevista publicada no sábado.

Ela rejeitou a ideia de o governo reduzir os impostos sobre combustíveis, citando a necessidade de reduzir o déficit e a dívida pública, ao mesmo tempo em que afirmou que as grandes empresas deveriam fazer sua parte.

O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, disse na quinta-feira que as altas margens de lucro na refinação de gasolina eram motivo de preocupação e poderiam precisar ser tratadas por ação do governo.

Em relação aos preços dos alimentos, Borne disse ao Le Parisien que, a partir de novembro, as empresas seriam obrigadas a indicar nos rótulos quando modificarem o tamanho de um produto.

A chamada “encolhimento de porção”, em que os produtos são vendidos em menor quantidade sem redução de preço, tornou-se uma fonte de controvérsia no varejo de alimentos durante um aumento nos preços no último ano.

A rede de supermercados francesa Carrefour (CARR.PA) anunciou neste mês que colocaria sinais em suas lojas ao lado de produtos que identificasse como praticantes dessas práticas.