Gastos totais com subsídios para combustíveis ultrapassaram US$ 7 trilhões em 2022, afirma o FMI.

Gastos com subsídios para combustíveis ultrapassaram US$ 7 trilhões em 2022, segundo o FMI.

LONDRES, 24 de agosto (ANBLE) – Os subsídios globais para combustíveis fósseis aumentaram em US$ 2 trilhões nos últimos dois anos, atingindo um recorde de US$ 7 trilhões em 2022, de acordo com novas estimativas do Fundo Monetário Internacional.

Os custos crescentes, impulsionados pelo crescimento do consumo pós-pandemia e pelos crescentes custos energéticos decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, estão pressionando os orçamentos, contribuindo para a poluição e agravando o aquecimento global, afirmou o FMI em um relatório.

“Os subsídios para petróleo, carvão e gás natural estão custando o equivalente a 7,1% do produto interno bruto global”, disse o FMI. “Isso é mais do que os governos gastam anualmente com educação (4,3% da renda global) e cerca de dois terços do que gastam com saúde (10,9%).”

O FMI alertou que subsídios implícitos – o custo dos danos causados pela poluição do ar e pelo aquecimento global – representam a maior parte dos custos e provavelmente continuarão aumentando.

Uma variedade de nações na África e em outros lugares do mundo em desenvolvimento reduziu os subsídios aos combustíveis nos últimos anos, em parte devido ao aumento da dívida e dos custos de empréstimos. Nações mais ricas, onde o consumo de energia é maior, enfrentam menos pressão financeira para reduzir os custos dos subsídios.

Os custos explícitos dos subsídios – o que os governos pagam diretamente para manter os preços da eletricidade ou da gasolina artificialmente baixos – mais que dobraram desde 2020, chegando a US$ 1,3 trilhão. O FMI afirmou que esses custos provavelmente diminuirão agora que os preços da energia se acalmaram, o que, segundo o FMI, é um momento ideal para acabar com os subsídios.

“A queda nos preços da energia oferece um momento oportuno para fixar os preços das emissões de carbono e poluição do ar local sem necessariamente elevar os preços da energia acima dos níveis recentemente experimentados”, afirmou.

Mas uma preocupação ainda maior, segundo o FMI, são os custos implícitos dos subsídios, que provavelmente continuarão aumentando à medida que os danos de um planeta em aquecimento se espalharem. Os consumidores não pagaram cerca de US$ 5 trilhões em custos ambientais no ano passado, disse o FMI.

“Estimamos que eliminar os subsídios explícitos e implícitos aos combustíveis fósseis impediria 1,6 milhão de mortes prematuras por ano, aumentaria as receitas governamentais em US$ 4,4 trilhões e colocaria as emissões no caminho para atingir as metas de aquecimento global”, disse o FMI.