Faixa de Gaza devastada por conflitos e pelo bloqueio econômico de Israel.

Faixa de Gaza uma realidade devastada pelos conflitos e pelo bloqueio econômico de Israel.

12 de outubro – Israel impôs um bloqueio total na Faixa de Gaza depois que o grupo militante islamita Hamas enviou seus combatentes através da fronteira no início de sábado, onde eles mataram mais de 1.300 civis e soldados israelenses.

A Faixa de Gaza palestina tem sido uma linha de frente de conflito com Israel há décadas e isolada do mundo exterior por 16 anos. Aqui está um resumo da história recente do enclave costeiro e seu longo período de isolamento econômico:

A ERA MODERNA DE GAZA ATRAVÉS DO CONFLITO

Os limites da Faixa de Gaza foram estabelecidos após a guerra de 1948 entre o Estado de Israel recém-declarado e os países árabes, quando as forças egípcias tomaram o território de 25 milhas (40 km) de comprimento, incluindo a cidade de Gaza, com baixa densidade populacional.

O Egito controlou Gaza na maioria das duas décadas seguintes, até que Israel a capturou durante uma guerra em 1967. Tornou-se um ponto focal das revoltas palestinas que começaram em 1988 e novamente em 2000.

Com um acordo de paz abrangente entre Israel e os palestinos aparentemente fora de alcance, Israel evacuou todos os seus colonos e soldados de Gaza em 2005.

O BLOQUEIO COMEÇA

Após sua saída unilateral, Israel impôs um bloqueio temporário por terra, ar e mar em Gaza, impondo restrições às exportações e restringindo severamente quem podia acessar o território.

Citando preocupações de segurança, o bloqueio tornou-se permanente a partir de 2007, depois que o Hamas, que busca a destruição de Israel, tomou o controle da Faixa de Gaza, derrotando combatentes leais ao presidente Mahmoud Abbas em uma breve guerra civil.

O Egito, que compartilha uma fronteira de 12 km com Gaza, em grande parte apoiou o bloqueio, vendo o Hamas como uma ameaça à sua própria estabilidade.

CONDIÇÕES DE VIDA

A Human Rights Watch afirmou que Israel transformou Gaza em uma “prisão a céu aberto”, com a ajuda do Egito, para a população da Faixa de Gaza, que está em rápido crescimento e atualmente estimada em 2,3 milhões de pessoas.

Em um relatório de 2023, as agências da ONU estimaram que 58% dos residentes da Faixa de Gaza precisavam de assistência humanitária, com 29% dos lares de Gaza vivendo em condições extremas ou catastróficas, os dois níveis mais graves, em comparação com 10% em 2022.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) afirma que 1,3 milhão de pessoas precisam de assistência alimentar. Mais de 90% da água em Gaza é imprópria para consumo, segundo a Autoridade Palestina da Água.

Muito poucos palestinos recebem permissão para visitar parentes ou amigos na Cisjordânia, mas Israel aumentou recentemente o número de permissões de trabalho para os habitantes de Gaza. Para a maioria dos residentes de Gaza, a passagem de Rafah para o Egito é a única saída, mas os viajantes devem se registrar com semanas de antecedência, e a lista de espera é enorme.

Em agosto, o Egito permitiu 19.608 saídas de Gaza, o maior número desde julho de 2012, de acordo com dados da ONU. Israel permitiu 58.606 saídas, principalmente para trabalhadores diários, 65% acima da média mensal em 2022, mas 88% abaixo dos níveis de 2000.

O IMPACTO ECONÔMICO

As restrições de longa data limitaram severamente o acesso dos palestinos ao mercado de trabalho israelense, que era uma grande fonte de emprego antes do levante de 2000.

A taxa de desemprego em Gaza está entre as mais altas do mundo, segundo a OCHA. A taxa de desemprego está em 46%, e é ainda maior entre os jovens, cerca de 70%, de acordo com os dados mais recentes do Escritório Central de Estatísticas Palestino.

A renda per capita é cerca de um quarto do nível na Cisjordânia ocupada por Israel, de acordo com estimativas do FMI.

Israel impôs restrições à importação em Gaza de bens que considerou poderem ser usados para fins militares, incluindo concreto e barras de ferro. Ironicamente, antes do ataque do Hamas, este ano houve um aumento nas importações. Da mesma forma, o mercado de exportação de Gaza parecia estar registrando seu nível mais alto desde 2007.

SITUAÇÃO DE SÍTIO TOTAL

Na segunda-feira, Israel anunciou um sítio total, bloqueando a entrada de comida, combustível e água em Gaza e fechando todos os pontos de passagem. O Egito também fechou sua passagem para Gaza.

A única usina elétrica do enclave foi desligada e os hospitais estão ficando sem combustível para os geradores de emergência.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu por combustível para ser liberado para os hospitais, mas Israel descartou esta possibilidade a menos que os reféns detidos pelo Hamas sejam libertados.

A agência de alimentos de emergência da ONU pediu pela criação de corredores humanitários para trazer comida para Gaza, alertando que os suprimentos podem se esgotar rapidamente.