Angola deveria permitir que a moeda flutue, dizem autoridades do FMI em visita

Angola deveria deixar a moeda flutuar à vontade, sugerem autoridades do FMI durante visita

LUANDA, 31 de outubro (ANBLE) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse na terça-feira, durante uma visita ao país africano, que Angola deve permitir que sua moeda flutue, já que as autoridades mantiveram o kwanza em uma faixa estreita nos últimos meses.

O governo permitiu que o kwanza caísse mais de um terço entre maio e junho, com analistas associando a medida a menores receitas do petróleo e retomada nos pagamentos da dívida externa, o que tornou mais difícil a valorização da moeda.

Entretanto, desde o início de julho, o kwanza tem sido negociado em uma faixa estreita em torno de 830 em relação ao dólar americano. A Bloomberg News informou na semana passada que o banco central aumentou as restrições sobre o comércio de moedas estrangeiras para evitar uma desvalorização ainda maior do kwanza.

“Nossa recomendação é para que o país mantenha uma taxa de câmbio flutuante. Isso é extremamente importante para Angola, já que a taxa flutuante funciona como um amortecedor para eventos externos relevantes”, disse Victor Lledo, representante residente do FMI para Angola, em uma coletiva de imprensa na capital Luanda.

“Há pressões persistentes sobre a taxa de câmbio, que estão relacionadas a fundamentos econômicos. … Os países devem permitir que a taxa de câmbio se ajuste e se deprecie”, disse Catherine Pattillo, diretora adjunta do departamento africano do FMI.

A inflação em Angola (AOCPIY=ECI) caiu acentuadamente em 2022 e no primeiro semestre do ano, mas, com a depreciação do kwanza em maio e junho, voltou a aumentar.

O Banco de Angola reduziu sua taxa de juros principal (AOINTR=ECI) em março, mas manteve-a inalterada nas três reuniões subsequentes. A próxima revisão da política monetária está programada para o próximo mês.

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