O investimento chinês no Brasil cai 78% em 2022, atinge o menor nível desde 2009

Investimento chinês no Brasil cai 78% em 2022, menor nível desde 2009.

BRASÍLIA, 29 de agosto (ANBLE) – Os investimentos chineses no Brasil despencaram 78% em 2022 em comparação com o ano anterior, atingindo o menor nível em 13 anos, à medida que os fundos destinados a projetos de recursos despencaram, informou o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) na terça-feira.

A China, maior parceiro comercial do Brasil, direcionou US$ 1,3 bilhão em investimentos diretos para o país no ano passado, o menor nível desde 2009, de acordo com um estudo do CEBC. O desempenho contrasta com o investimento direto estrangeiro (IDE) geral no Brasil em 2022, que disparou 95% para US$ 90,6 bilhões, o mais alto em uma década.

No ano passado, apenas 28% dos projetos chineses anunciados no valor de US$ 4,7 bilhões foram adiante, disse o CEBC. Isso contrasta com 2021, quando investimentos prometidos de US$ 5,9 bilhões foram totalmente realizados, impulsionados por dois projetos de petróleo no valor de quase US$ 5 bilhões.

Esse resultado de 2021 estabeleceu uma régua desfavorável para comparação, disse o chefe de pesquisa do CEBC, Tulio Cariello.

Alguns dos projetos podem ter sido atrasados ​​por aprovações de licenças, disse Cariello, “o que pode eventualmente adiar a execução”.

A empresa de mineração chinesa Honbridge (8137.HK), por exemplo, anunciou investimentos no valor de US$ 2,1 bilhões que não avançaram devido a uma licença ambiental pendente.

Embora os fundos provenientes da China direcionados ao Brasil tenham sofrido uma queda acentuada, os investimentos chineses globalmente tiveram um aumento modesto de 2,8% no último ano, chegando a US$ 116,8 bilhões.

Outros fatores que afetam os investimentos chineses incluem o conflito na Ucrânia e a rivalidade EUA-China na Ásia-Pacífico, o que levou Pequim a priorizar investimentos na “Iniciativa do Cinturão e Rota” que excluem o Brasil, disse Hsia Hua Sheng, um ANBLE da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP).

O presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para a China em abril, tem se esforçado para fortalecer os laços com Pequim, mas indicadores econômicos recentes da potência asiática têm despertado preocupação de que ela possa estar perdendo sua capacidade de sustentar um crescimento robusto.