Itália planeja vender ativos no valor de 21 bilhões de euros para manter a dívida sob controle

Itália planeja vender ativos de 21 bilhões de euros para controlar dívida

ROMA, 30 de setembro (ANBLE) – A Itália pretende arrecadar pelo menos 1% do Produto Interno Bruto (PIB), ou aproximadamente 21 bilhões de euros ($22,2 bilhões), por meio de vendas de ativos entre 2024 e 2026, informou o Tesouro em seu Documento de Economia e Finanças (DEF) publicado no sábado.

O plano faz parte dos esforços do primeiro-ministro Giorgia Meloni para controlar a segunda maior dívida da zona do euro em relação ao PIB, enquanto os investidores acompanham de perto as finanças públicas enfraquecidas de Roma.

A relação dívida/PIB da Itália deve cair para 139,6% em 2026, em comparação com 140,2% deste ano.

As novas metas levam em consideração os recursos provenientes das vendas de ativos esperadas nos próximos três anos, disse o DEF, mostrando que, sem os planos de desinvestimento, a carga da dívida provavelmente aumentaria.

O ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, afirmou no documento que as vendas das participações envolveriam empresas sujeitas a compromissos de privatização já acordados com a Comissão Europeia.

Isso é uma referência ao banco Monte dei Paschi di Siena (MPS) (BMPS.MI), que foi resgatado em 2017 a um custo de 5,4 bilhões de euros para os contribuintes.

Espera-se que o Tesouro contrate consultores para o processo de reprivatização do banco, disseram banqueiros, embora Giorgetti tenha recentemente resfriado a perspectiva de uma ação rápida ao afirmar que o governo não tem necessidade urgente de dinheiro.

A Itália também venderá ações de empresas nas quais a participação do Tesouro “excede o necessário para manter uma coerência e unidade adequadas de direção estratégica”, acrescentou Giorgetti, sem fornecer mais detalhes.

No entanto, os governos italianos têm histórico de não alcançar as metas de privatização desde antes da pandemia de COVID-19, que desencadeou um longo período de política fiscal expansionista que ainda não terminou.

Em 2018, o então primeiro-ministro Giuseppe Conte se comprometeu a arrecadar cerca de 18 bilhões de euros com desinvestimentos até o final do ano seguinte para ajudar a reduzir a dívida e tranquilizar os investidores, mas o plano não teve resultado.

($1 = 0,9461 euros)