Jamie Dimon, do JPMorgan, diz que não tem medo da China, mas sairia se o governo dos EUA mandasse

Jamie Dimon, do JPMorgan, afirma que não teme a China, mas seria forçado a sair se o governo dos EUA assim decretasse

  • O chefe do JP Morgan, Jamie Dimon, disse na conferência do NYT’s Dealbook que o banco sairia da China se fosse ordenado.
  • Dimon disse que uma invasão de Taiwan significaria “game over”, de acordo com a CNBC.
  • No entanto, ele disse que não estava “com medo” da China, apontando para sua “demografia terrível”.

Jamie Dimon diz que não está “com medo” da China – mas que o JP Morgan sairia se o governo dos EUA dissesse para sair.

O chefe do JP Morgan disse na conferência Dealbook do The New York Times que o gigante de Wall Street abandonaria seus interesses comerciais no país se fosse ordenado, alertando que uma invasão chinesa de Taiwan significaria “game over”.

“Se o governo americano me fizer sair da China, eu vou sair da China. Se houver uma guerra em Taiwan, todas as apostas serão desfeitas”, disse Dimon, em comentários na conferência Dealbook do The New York Times relatado pela CNBC.

Ele expressou dúvidas sobre se a China tomaria a iniciativa de invadir Taiwan e pediu um maior envolvimento diplomático entre os EUA e a China para evitar isso.

“Ninguém acha que vai acontecer… pode acontecer. Isso seria realmente ruim para o mundo e realmente ruim para a China”, disse ele.

As tensões entre a China e Taiwan, que a China considera como uma província separatista, têm aumentado. A China tem aumentado a pressão militar sobre Taiwan sem lançar uma invasão.

Isso representa um desafio para empresas como o JP Morgan, que tem atuação na China há um século e expandiu sua presença lá nos últimos anos.

O gigante de Wall Street tem relacionamentos comerciais com algumas importantes empresas chinesas, incluindo a marca de moda Shein e a gigante de mídia social Bytedance – que esteve no centro de uma disputa diplomática por acusações de que sua plataforma de compartilhamento de vídeos TikTok representa um risco à segurança nacional.

Assim como outras empresas ocidentais, o JP Morgan tem tido que equilibrar entre a crescente rivalidade entre os EUA e a China, com a administração Biden introduzindo novas restrições nas exportações de microchips avançados para evitar que as empresas de IA da China alcancem seus rivais do Vale do Silício.

Dimon disse que ainda achava que os EUA tinham a vantagem na luta geopolítica. “Eu não tenho medo da China”, disse ele, que apontou para a falta de aliados do país e sua “demografia terrível” como razões pelas quais os EUA estão em uma posição melhor do que seu rival.

A China enfrenta uma crise demográfica devido a uma população envelhecida, com o país precisando encontrar uma maneira de cuidar dos aproximadamente 400 milhões de idosos que se espera ter até 2040.

O JP Morgan recusou-se a comentar quando contatado pelo Business Insider.