Lula, do Brasil, a favor da Argentina ingressar no bloco BRICS

Lula, do Brasil, a favor da Argentina no BRICS

SAO PAULO, 22 de agosto (ANBLE) – O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira que gostaria que a Argentina se juntasse ao grupo BRICS de países emergentes, enquanto o país vizinho luta com uma falta de reservas estrangeiras.

“É muito importante para a Argentina fazer parte do BRICS”, disse Lula em uma transmissão ao vivo nas redes sociais enquanto participa da cúpula do bloco na África do Sul.

O BRICS, que não é uma organização multilateral formal, concentra-se em impulsionar a cooperação econômica e comercial entre os países membros Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A Argentina está lidando com inflação histórica, reservas estrangeiras esgotadas e pagamento de dívidas como parte de um acordo de empréstimo de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lula criticou os empréstimos do FMI como “sufocantes” e sugeriu a possibilidade do banco BRICS aumentar os empréstimos a outros países com “critérios diferentes” para estimular suas economias.

O líder brasileiro também disse que era a favor de outros países se juntarem à aliança, mas não mencionou nenhum. Mais de 40 países, incluindo a Argentina, manifestaram interesse em ingressar no BRICS, de acordo com autoridades sul-africanas.

“Queremos que o BRICS seja uma instituição multilateral, não um clube exclusivo”, disse Lula, embora tenha acrescentado que novos membros precisariam atender a certas condições para que o grupo não se torne uma “Torre de Babel”.

Lula defendeu uma moeda de comércio comum a ser usada entre os países do BRICS, afirmando na terça-feira que a medida não seria voltada para “rejeitar” o dólar americano, mas sim facilitar o comércio entre as nações emergentes.

O bloco também não pretende ser um desafiante aos Estados Unidos ou a organizações formais como o Grupo dos 7 (G7) ou o Grupo dos 20 (G20), acrescentou Lula, mas sim “organizar” o chamado Sul Global.

“Não queremos ser um contraponto ao G7, G20 ou aos Estados Unidos”, disse Lula. “Apenas queremos nos organizar”.