O presidente da Venezuela, Maduro, visitará a China para reestabelecer o contato em meio às tensões entre a China e o Ocidente.

Maduro visitará a China para reestabelecer o contato em meio às tensões com o Ocidente.

PEQUIM, 8 de setembro (ANBLE) – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, visitará a China de 8 a 14 de setembro, informou o Ministério das Relações Exteriores da China na sexta-feira, marcando um renovado engajamento entre os dois países em meio a tensões crescentes entre Pequim e capitais ocidentais.

A chegada de Maduro será precedida de reuniões entre uma delegação venezuelana, incluindo o vice-presidente e o ministro do petróleo do país, e autoridades chinesas, incluindo o ministro das Relações Exteriores Wang Yi, em Xangai no início desta semana, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China.

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, disse em uma postagem em X na sexta-feira que os dois governos estavam fortalecendo as relações bilaterais e expandindo “cooperação estratégica e trabalho conjunto internacional, em favor da paz e do respeito aos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”.

A visita coincide com a cúpula do G20 em Nova Deli neste fim de semana, que o presidente da China, Xi Jinping, não comparecerá.

Maduro visitou a China pela última vez em 2018, quando se encontrou com Xi em Pequim.

O investimento e a cooperação energética provavelmente serão focos importantes da viagem. A China é o maior importador mundial de petróleo bruto, enquanto a Venezuela possui as maiores reservas comprovadas.

Apesar das sanções dos EUA ao petróleo venezuelano, a China importou cerca de 283 milhões de barris, ou cerca de 38,8 milhões de toneladas métricas, de petróleo do país no ano passado, segundo dados da Kpler. A maioria dos embarques venezuelanos é transferida por meio de países terceiros, como a Malásia.

A China não relatou importações de petróleo da Venezuela nos dados oficiais da alfândega no ano passado ou até agora neste ano.

A PetroChina, estatal chinesa, possui uma participação de 40% no projeto Sinovensa no cinturão do Orinoco, ao lado da estatal venezuelana PDVSA. A empresa parou de transportar petróleo venezuelano em agosto de 2019, após o governo Trump endurecer as sanções contra o exportador sul-americano.

A Venezuela também está altamente endividada com a China após um acordo de troca de petróleo por empréstimo de US$ 50 bilhões acordado em 2007 pelo então presidente Hugo Chávez. Em 2020, o governo Maduro e os bancos chineses concordaram com um período de carência de cerca de US$ 19 bilhões dessa dívida, segundo relatos da ANBLE.