Moody’s melhora a classificação de Portugal em dois níveis, apesar da crise política

Moody's alegra Portugal ao melhorar a sua classificação em dois degraus, mesmo com a crise política!

LISBOA, 18 de Novembro (ANBLE) – A Moody’s elevou o rating de crédito de longo prazo de Portugal em dois níveis, de Baa2 para A3, apesar da crise política desencadeada pela renúncia do primeiro-ministro do país devido a uma investigação sobre supostas irregularidades em seu governo.

A agência de classificação de risco divulgou um comunicado na sexta-feira afirmando que o upgrade refletia “os efeitos positivos sustentados no médio prazo de uma série de reformas econômicas e fiscais, desalavancagem do setor privado e fortalecimento contínuo do setor bancário”.

A melhoria do rating ocorreu apesar da renúncia do primeiro-ministro António Costa na semana passada devido a uma investigação sobre corrupção governamental em negociações bilionárias de lítio, hidrogênio “verde” e centros de dados.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições antecipadas para 10 de março.

A Moody’s afirmou que parece que as instituições do país estão lidando com a crise de maneira “eficaz e transparente”.

No entanto, a agência alertou que um período prolongado de incerteza política pode afetar negativamente a atividade econômica devido a possíveis atrasos em investimentos privados e públicos e pode levar a déficits mais amplos no médio prazo do que o projetado atualmente.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse que o upgrade mostra que “os fundamentos da economia são robustos e confirma que Portugal conquistou um lugar entre o grupo de países com maior qualidade de crédito e maior credibilidade internacional”.

“É essencial preservar isso”, acrescentou Medina.

O orçamento de 2024, que está programado para ser aprovado pela maioria parlamentar socialista em 29 de novembro, projeta desaceleração do crescimento econômico para 1,5% em 2024, ante o crescimento esperado de 2,2% este ano.

Também prevê um superávit do produto interno bruto de 0,2% no próximo ano, após um superávit de 0,8% em 2023, e projeta a queda da relação dívida pública/PIB para 98,9% em relação a 103%.

A Moody’s afirmou: “Crescimento robusto e orçamentos equilibrados significam que o fardo da dívida continuará a cair em um dos ritmos mais rápidos entre as economias avançadas”.

A agência vê “investimentos privados e públicos significativos, bem como a implementação de mais reformas estruturais”, ambos relacionados ao plano de recuperação do país.

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