O banco central da Rússia tenta sustentar o rublo em queda ao aumentar as taxas de juros para 12% em uma reunião de emergência

O banco central da Rússia aumentou as taxas de juros para 12% em uma reunião de emergência para tentar sustentar o rublo em queda.

  • O Banco da Rússia elevou as taxas de juros em 350 pontos-base para 12% em uma reunião de emergência na terça-feira.
  • Está tentando sustentar o rublo, que despencou para uma baixa de 16 meses nesta semana.
  • A moeda se fortaleceu imediatamente após a última ação do banco central.

O banco central da Rússia elevou as taxas de juros para o nível mais alto em mais de um ano na terça-feira, depois que os formuladores de políticas realizaram uma reunião de emergência para tratar da queda repentina do rublo.

O Banco da Rússia disse em comunicado que elevaria as taxas em 350 pontos-base para 12%, elevando os custos de empréstimos para seus níveis mais altos desde logo após a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin.

A medida foi tomada depois que o rublo caiu para uma baixa de 16 meses, quase 102 para o dólar na segunda-feira, levando Moscou a repreender publicamente o banco central.

Em um artigo de opinião para a agência de notícias estatal TASS, o assessor econômico de Putin, Maxim Oreshkin, culpou a “política monetária flexível” tanto pelo “enfraquecimento do rublo” quanto pela “aceleração da inflação”, que subiu para 4,3% em julho.

O Banco da Rússia respondeu às críticas de Oreshkin convocando uma reunião de emergência, onde votou para elevar as taxas de juros pelo segundo mês consecutivo.

O rublo se fortaleceu imediatamente após a decisão do banco central, subindo cerca de 1% para menos de 98 para o dólar pouco antes das 5h, horário da costa leste dos EUA.

Ainda é uma das moedas que mais se desvalorizaram no mundo em 2023, tendo caído cerca de 36% este ano, segundo dados da Refinitiv.

A queda do rublo este ano reflete uma acentuada deterioração nos termos de troca da Rússia. O superávit em conta corrente do país caiu 93%, para US$ 5,4 bilhões no segundo trimestre de abril a junho, em comparação com um recorde de US$ 76,7 bilhões no mesmo período do ano passado.

Isso mostrou o duro golpe que as sanções ocidentais – impostas ao Kremlin em resposta à sua guerra na Ucrânia – causaram à economia, apertando suas exportações de energia.