O Canal do Panamá reduz o número de navios permitidos — a seca significa que não há água suficiente no canal

O Canal do Panamá reduz número de navios permitidos devido à seca

  • A Autoridade do Canal do Panamá restringiu ainda mais o número de barcos que podem atravessar por dia.
  • O importante canal depende de água doce, que tem sido escassa após uma intensa seca.
  • Restrições de tráfego em agosto causaram um acúmulo de centenas de navios aguardando para atravessar.

A Autoridade do Canal do Panamá reduziu ainda mais o número de barcos que podem transitar pelo canal estratégico, que tem sido afetado por uma intensa seca.

Apenas 31 navios serão permitidos passar pelo canal por dia a partir de 1º de novembro, em comparação com aproximadamente 36 a 38 passagens diárias durante operações normais.

O anúncio representa um corte adicional em relação à restrição anterior de 32, imposta em agosto. Essa restrição causou um acúmulo de centenas de embarcações aguardando para atravessar o canal. Navios que normalmente cruzavam o canal em dois dias e meio tiveram que esperar mais de nove para fazer a jornada, conforme relatado anteriormente pelo Insider.

A situação se tornou tão grave que algumas empresas de transporte marítimo pagaram milhões de dólares para comprar uma posição mais adiantada na fila.

O CEO da empresa de transporte de gás Avance Gas disse durante a teleconferência de ganhos do segundo trimestre da empresa em setembro que desembolsou US$ 2,4 milhões para vencer um leilão realizado pelas autoridades do canal para furar a fila.

A autoridade do canal informou que o tráfego voltou ao normal no início de setembro. Em 2 de outubro, havia cerca de 95 navios aguardando para atravessar o canal.

No entanto, analistas da Project44, uma plataforma de cadeia de suprimentos, disseram anteriormente ao Insider que a próxima temporada de férias pode aumentar ainda mais a pressão sobre a rota de transporte marítimo popular.

Ao contrário do Canal de Suez, que depende de água do mar, o Canal do Panamá usa água doce de um lago artificial para abastecer sua via navegável. Mas após um ano excepcionalmente seco, a bacia hidrográfica de rios e riachos que normalmente alimentam o lago tem sido especialmente escassa, deixando o Lago Gatún com cerca de 80 pés de água, quando normalmente teria cerca de 87.

Por causa disso, a autoridade do canal teve que racionar a passagem pelas eclusas do Canal do Panamá, segundo a AP.

Ricaurte Vásquez Morales, o administrador do canal, previu anteriormente que a receita do canal poderia cair até US$ 200 milhões no próximo ano devido ao tráfego reduzido.

Ele disse à rede de notícias internacional France 24 que o padrão climático El Niño poderia piorar ainda mais a situação.

“Precisamos encontrar outras soluções para permanecer uma rota relevante para o comércio internacional. Se não nos adaptarmos, vamos morrer”, disse Vásquez à France 24.