O piloto de helicóptero russo que desertou para a Ucrânia disse que o fez para evitar envolvimento em ‘genocídio’.

O piloto de helicóptero russo desertou para a Ucrânia para evitar envolvimento em 'genocídio'.

  • Um piloto russo disse que desertou para a Ucrânia, juntamente com seu helicóptero, para escapar do que ele chamou de ‘genocídio’.
  • A Ucrânia publicou uma entrevista com o piloto, Maksym Kuzminov, que desertou em agosto.
  • Oficiais ucranianos descrevem a invasão como um tipo de genocídio, e a ONU está investigando.

O piloto russo que desertou para a Ucrânia junto com seu helicóptero disse que abandonou as forças militares russas para evitar fazer parte do que ele chamou de “genocídio do povo ucraniano”.

Maksym Kuzminov descreveu sua motivação em uma entrevista publicada pela agência de inteligência de defesa da Ucrânia no domingo. Ele foi descrito como um capitão no 319º regimento separado de helicópteros da Rússia.

“O que está acontecendo agora é simplesmente um genocídio do povo ucraniano. Tanto ucraniano quanto russo”, disse o jovem de 28 anos, de acordo com a tradução da CNN.

Kuzminov disse que desertou porque não queria estar envolvido em crimes de guerra, de acordo com a tradução da CNN.

Ele não deu detalhes sobre por que considerava as ações da Rússia como um genocídio, que a ONU define como um esforço intencional para eliminar um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

Também não explicou o que quis dizer com “tanto ucraniano quanto russo” – embora as forças militares russas tenham sofrido um alto número de baixas na guerra, sua população civil também foi prejudicada em escala comparável à da Ucrânia.

O termo “genocídio” tem sido amplamente utilizado por autoridades ucranianas, citando evidências de assassinato de civis e esforços para apagar a identidade ucraniana em territórios ocupados e deportar crianças ucranianas para a Rússia.

A Rússia nega veementemente prejudicar civis em sua guerra, apesar das evidências dos danos causados. A ONU estabeleceu uma comissão para investigar se um genocídio está ocorrendo na Ucrânia – na segunda-feira, seu líder disse que ainda não tinha evidências suficientes para afirmar.

Em outros trechos de sua entrevista, Kuzminov detalhou como organizou sua deserção com agentes de inteligência ucranianos, que disseram ter passado seis meses planejando a operação.

Kuzminov disse que aproveitou uma oportunidade enquanto voava próximo à fronteira em um dia. Ele disse que transmitiu sua localização para o exército da Ucrânia e, em seguida, pousou em uma base cerca de 186 milhas distante da linha de frente.

A família de Kuzminov também foi contrabandeada para fora da Rússia por agentes ucranianos, segundo a entrevista.