O que é o BRICS, quais países querem se juntar e por quê?
O que é o BRICS e por quê países querem se juntar?
JOANESBURGO, 21 de agosto (ANBLE) – O grupo BRICS das principais economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – realizará sua 15ª cúpula de chefes de estado e governo em Joanesburgo entre 22 e 24 de agosto.
Aqui estão alguns fatos importantes sobre o bloco e seus membros.
O QUE É O BRICS?
O acrônimo BRIC, que inicialmente não incluía a África do Sul, foi cunhado em 2001 pelo então chefe do Goldman Sachs, ANBLE Jim O’Neill, em um artigo de pesquisa que destacava o potencial de crescimento do Brasil, Rússia, Índia e China.
O bloco foi fundado como um clube informal em 2009 para fornecer uma plataforma para seus membros desafiarem uma ordem mundial dominada pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.
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Sua criação foi iniciada pela Rússia.
O grupo não é uma organização multilateral formal como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Os chefes de estado e governo das nações membros se reúnem anualmente, com cada nação assumindo a presidência rotativa de um ano do grupo.
QUEM SÃO OS MEMBROS?
Brasil, Rússia, Índia e China são os membros fundadores.
A África do Sul, o menor membro em termos de influência econômica e população, foi o primeiro beneficiário de uma expansão do bloco em 2010, quando o grupo passou a ser conhecido como BRICS.
Juntos, os países representam mais de 40% da população mundial e um quarto da economia global.
Além de geopolítica, o foco do grupo inclui cooperação econômica e aumento do comércio e desenvolvimento multilaterais.
O bloco opera por consenso. Todos os países do BRICS fazem parte do Grupo dos 20 (G20) das principais economias.
QUAIS NAÇÕES QUEREM SE JUNTAR AO BRICS E POR QUÊ?
Mais de 40 países, incluindo Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Argélia, Bolívia, Indonésia, Egito, Etiópia, Cuba, República Democrática do Congo, Comores, Gabão e Cazaquistão, expressaram interesse em ingressar no fórum, de acordo com a África do Sul, anfitriã da cúpula de 2023.
Eles veem o BRICS como uma alternativa a organismos globais vistos como dominados pelas potências ocidentais tradicionais e esperam que a adesão desbloqueie benefícios, incluindo financiamento para o desenvolvimento e aumento do comércio e investimento.
A insatisfação com a ordem global entre as nações em desenvolvimento foi exacerbada pela pandemia de COVID-19, quando as vacinas salvadoras de vidas foram acumuladas pelos países ricos.
O Irã, lar de cerca de um quarto das reservas de petróleo do Oriente Médio, disse que espera que o mecanismo para novas adesões seja decidido “o mais rápido possível”.
A Arábia Saudita, importante produtora de petróleo, foi um dos mais de uma dúzia de países que participaram das conversas dos “Amigos do BRICS” em Cape Town em junho. Ela recebeu o apoio da Rússia e do Brasil para se juntar ao BRICS.
A Argentina disse em julho de 2022 que recebeu o apoio formal da China em sua tentativa de ingressar no grupo.
A Etiópia, uma das economias de crescimento mais rápido da África, disse em junho que pediu para ingressar no bloco, com um porta-voz do ministério das Relações Exteriores afirmando que o país continuará a trabalhar com instituições internacionais que possam proteger seus interesses.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, manifestou interesse em se juntar ao BRICS e é esperado que participe da cúpula. Seu governo disse em julho que estava determinado a reduzir a dependência do dólar dos Estados Unidos no comércio exterior, em vez de recorrer ao yuan chinês, de acordo com o objetivo declarado dos líderes do BRICS de reduzir a dependência da moeda americana.
A Argélia disse em julho que solicitou a adesão ao BRICS e se tornar acionista do Novo Banco de Desenvolvimento, o chamado Banco BRICS. O país do Norte da África é rico em recursos de petróleo e gás e está buscando diversificar sua economia e fortalecer a parceria com a China e outros países.