O valor de mercado da Apple caiu US$ 200 bilhões em apenas 2 dias devido aos temores de uma repressão do governo chinês.

O valor de mercado da Apple caiu US$ 200 bilhões em 2 dias devido às preocupações com a repressão do governo chinês.

As ações da empresa sediada em Cupertino, Califórnia, caíram até 5,1%, levando sua queda de dois dias a 6,8%. A Apple é o maior componente dos principais índices de ações dos EUA, contribuindo para uma venda mais ampla desencadeada em parte por uma série de problemas na China. 

A segunda maior economia do mundo tem estado em declínio em meio a uma crise prolongada em seu mercado imobiliário, ameaçando a demanda por commodities e eletrônicos de consumo. A fabricante do iPhone considera a China como seu maior mercado estrangeiro e base de produção global. 

Além dos problemas da Apple, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA estão subindo à medida que os títulos são vendidos por preocupações de que o Federal Reserve terá que intensificar sua luta contra a inflação, já que a economia dos EUA continua resiliente.

A notícia está tendo um efeito generalizado nos mercados, com investidores vendendo desde chips e tecnologia de mega-cap até ações chinesas listadas nos EUA. 

“A Nasdaq está afundando, pois uma maçã podre estraga um monte de ações de tecnologia de mega-cap”, disse Edward Moya, analista de mercado sênior da OANDA. “A história de crescimento da Apple é fortemente dependente da China e, se a repressão de Pequim se intensificar, isso pode representar um grande problema para outras empresas de tecnologia de mega-cap que dependem da China”. 

O índice Nasdaq 100, com foco em tecnologia, estava operando em baixa de cerca de 1%; enquanto o índice Philadelphia Semiconductor, que consiste em vários fornecedores da Apple, caiu 2,5% na quinta-feira. 

Timing interessante

O analista do Bank of America Corp., Wamsi Mohan, observa que o “timing do possível banimento é interessante”, considerando o recente lançamento do smartphone 5G de alta qualidade da Huawei Technologies Co. 

A análise do novo dispositivo mostra que Pequim parece estar fazendo progressos iniciais em um esforço nacional para contornar os esforços dos EUA para conter seu avanço, com o Mate 60 Pro da Huawei sendo alimentado pelos chips de 7nm da Semiconductor Manufacturing International Corp., segundo uma análise realizada pela TechInsights para a Bloomberg News. 

Se Pequim prosseguir com o banimento, o bloqueio sem precedentes também pode afetar várias outras empresas de tecnologia dos EUA que dependem de vendas e produção na China. Os fornecedores da Apple em diferentes continentes estavam operando em baixa na quinta-feira, conforme múltiplos relatórios confirmaram as últimas mudanças da China. 

No entanto, analistas otimistas como Daniel Ives, da Wedbush Securities, acham que o efeito de uma “proibição do iPhone está sendo exagerado”, já que afetaria menos de 500.000 iPhones dos cerca de 45 milhões que ele espera que sejam vendidos no país nos próximos 12 meses. 

“Apesar do barulho alto, a Apple tem ganhado uma grande participação de mercado no mercado de smartphones da China”, escreveu Ives, que tem uma classificação de sobrepeso para a ação, em uma nota.