O presidente do Panamá pede aos eleitores que decidam sobre contrato controverso de mineração da First Quantum

O presidente do Panamá implora aos eleitores para que decidam sobre contrato arrevesado de mineração da First Quantum

CIDADE DO PANAMÁ, 29 de outubro (ANBLE) – O presidente Laurentino Cortizo anunciou no domingo que o Panamá realizará um referendo para decidir se anulará um contrato com a unidade local da mineradora canadense First Quantum, após vários dias de protestos de milhares de pessoas contrárias ao projeto de mineração de cobre a céu aberto.

A votação ocorrerá em 17 de dezembro e seu resultado será vinculativo, afirmou Cortizo em uma mensagem em vídeo.

“Respeitosamente, ouvi aqueles que se opõem ao contrato com a Minera Panamá”, disse Cortizo, usando o nome da unidade local da First Quantum.

Nem a First Quantum nem a Minera Panamá responderam imediatamente aos pedidos de comentário.

O governo do Panamá e a empresa de mineração entraram em acordo para um contrato que garantiria à nação centro-americana uma renda anual de US$ 375 milhões, ao mesmo tempo em que permitiria que a unidade local da First Quantum operasse o projeto Cobre Panamá, uma mina de cobre a céu aberto, por pelo menos 20 anos.

Os manifestantes criticaram tanto o acordo quanto os custos ambientais da mina, mesmo depois que Cortizo emitiu um decreto na sexta-feira rejeitando projetos de mineração novos.

Os críticos argumentaram que a medida não afetaria o contrato aprovado entre a First Quantum e o Panamá.

No sábado, a Minera Panamá expressou preocupação após manifestantes em barcos se aproximarem do porto internacional de Punta Rincon, onde a empresa opera.

“Estamos profundamente preocupados com este incidente, que representa uma ameaça significativa para nossas operações e para a segurança de nossos trabalhadores”, disse em comunicado no sábado, classificando as ações como “ilegais e violentas”.

Em comunicado divulgado no domingo, o gabinete de Cortizo observou que o contrato foi inicialmente estabelecido em 1991.

Após o anúncio de Cortizo, o principal sindicato de trabalhadores do Panamá afirmou que seus membros continuarão protestando nas ruas até que o contrato seja anulado.

“Não há manobra nesta luta que engane o povo”, disse um representante sindical.

A atividade da mina Cobre Panamá representa quase 5% da economia do país e, no ano passado, correspondeu a cerca de metade do EBITDA da First Quantum.

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