Paris não é a cidade de trabalho remoto dos seus sonhos, sugere pesquisa

Paris não é o paraíso do trabalho remoto dos seus sonhos, sugere pesquisa

Configurações flexíveis de trabalho se tornaram uma forma de atrair talentos durante e após a pandemia, quando era difícil contratar. O mercado de trabalho no Reino Unido mostrou sinais de desaceleração, com vagas diminuindo e o desemprego aumentando, mas continua mais apertado do que na França. A taxa de desemprego em julho no Reino Unido foi de 4,3%, em comparação com 7,4% na França.

“Em termos de compensação pela negação do trabalho remoto, os londrinos também estão pedindo mais do que seus colegas parisienses, o que pode refletir uma maior confiança no mercado de trabalho”, disse a analista de Inteligência da Bloomberg, Sirine Bouzid. Apesar do leve amaciamento do mercado de trabalho no Reino Unido, Bouzid disse que não viu uma “repressão significativa na flexibilidade”.

A maioria dos londrinos pediria aumentos salariais de dois dígitos se não pudesse trabalhar em casa em seu emprego atual, enquanto na capital francesa apenas 28% disseram que fariam o mesmo. Por outro lado, um em cada cinco londrinos disse que aceitaria redução salarial ao trocar de emprego para poder trabalhar em casa, mais do que os trabalhadores em Paris.

Custos de transporte desencorajam 57% dos trabalhadores londrinos de irem ao escritório. Apenas um quarto dos entrevistados na capital francesa citam esses custos, mas os empregadores parisienses são obrigados a arcar com metade do custo da viagem, segundo o relatório da BI. Da mesma forma, os custos com creche, que são o dobro em Londres em comparação com Paris, é outra questão citada pelos londrinos para trabalhar em casa.

Aqueles londrinos que estão felizes em ir ao escritório citam as economias nas contas domésticas. Para os parisienses, a oportunidade de transferência de conhecimento e networking os leva aos escritórios.

“Enquanto os preços da energia dispararam na Europa, o governo francês ofereceu algum nível de proteção, enquanto a maioria dos britânicos não desfrutam desses benefícios”, disse Bouzid.