Exclusivo Petrobras do Brasil planeja subsidiária na China para impulsionar laços, diz CEO

Petrobras do Brasil plans subsidiary in China to boost ties, says CEO

RIO DE JANEIRO, 31 de agosto (ANBLE) – A Petrobras (PETR4.SA) planeja criar uma subsidiária chinesa, informou o CEO Jean Paul Prates à ANBLE, à medida que a empresa estatal de petróleo do Brasil busca fortalecer as relações com a nação asiática que esfriaram durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Prates disse que a Petrobras pretende abrir a subsidiária chinesa no próximo ano, após obter aprovação formal. Ele disse que o movimento ajudaria os esforços para triplicar sua participação nas importações de petróleo da China nas próximas décadas, ao mesmo tempo em que contribuiria para fortalecer os laços entre o Brasil e a China sob o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“É importante para eles”, disse Prates em entrevista por telefone durante uma viagem de negócios à China.

“É um sinal interessante, dizendo que da mesma forma que temos uma Petrobras América, teremos uma Petrobras China, porque ambos os países são igualmente importantes para nós”, acrescentou.

Enquanto China e Estados Unidos disputam influência pelo mundo, Lula argumentou por relações equilibradas e amigáveis com ambos os países. Ele visitou tanto a Casa Branca quanto Pequim desde que assumiu o cargo em janeiro.

Prates disse que a subsidiária chinesa da Petrobras permitiria que a empresa operasse e participasse de projetos como parceira, mesmo em outros países, incluindo na África.

Ele acrescentou que parcerias chinesas em desenvolvimento também poderiam ajudar a acelerar projetos de refino de petróleo e fertilizantes no Brasil, além de afirmar que a China poderia ajudar a reviver a indústria naval brasileira.

A Petrobras deseja aumentar sua participação nas importações de petróleo da China para 15%, dos atuais 5%, nos próximos 10 a 20 anos, disse Prates.

No início desta semana, a Petrobras firmou parcerias energéticas com empresas chinesas como CNOOC (0883.HK) e Sinopec (600871.SS), além de concordar em discutir projetos conjuntos com a CITIC Construction e os bancos China Development Bank e Bank of China (601988.SS).

“O relacionamento com essas empresas chinesas esfriou durante o governo anterior, que não lhes deu muita prioridade”, disse Prates, referindo-se à administração Bolsonaro.