O escolhido de Putin para liderar o Grupo Wagner provavelmente é considerado um ‘traidor’ por seus próprios homens, diz Reino Unido

Putin's chosen leader for the Wagner Group is likely considered a 'traitor' by his own men, says UK.

  • O novo líder da Wagner provavelmente é visto como um “traidor” por seus homens, de acordo com uma avaliação de inteligência do Reino Unido.
  • Andrei Troshev serviu como segundo em comando da Wagner antes da rebelião abortada em junho.
  • Vladimir Putin se encontrou com Troshev esta semana, encarregando-o de liderar unidades “voluntárias” na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, escolheu alguém para liderar o poderoso grupo paramilitar Wagner que provavelmente é visto como um “traidor” por seus próprios homens, de acordo com uma avaliação de inteligência militar britânica publicada no sábado.

Na sexta-feira, o Kremlin divulgou fotos e uma breve transcrição de uma reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Andrei Troshev, que anteriormente serviu como chefe de gabinete da Wagner. Putin nomeou Troshev como o novo líder da organização paramilitar após a rebelião abortada em junho liderada pelo ex-chefe Yevgeny Prigozhin, que mais tarde morreu em um acidente de avião.

Nesta semana, Putin acusou publicamente Troshev de liderar unidades “voluntárias” em “diversas missões de combate”, incluindo na Ucrânia. Um porta-voz do Kremlin posteriormente descreveu Troshev, veterano das operações da Wagner na Síria, como um funcionário do Ministério da Defesa da Rússia.

Um problema é que Troshev, na época da rebelião da Wagner, “provavelmente esteve envolvido em encorajar outros membros da Wagner a assinar contratos” com o Ministério da Defesa, de acordo com o serviço de inteligência militar do Reino Unido, tomando partido de Putin em uma disputa sobre o futuro da organização paramilitar e a quem ela responderia. Como resultado, “muitos veteranos da Wagner provavelmente o consideram um traidor”, afirmou a avaliação de 30 de setembro.

Participaram da reunião desta semana no Kremlin com Putin e Troshev o vice-ministro da Defesa Yunus-Bek Yevkurov, indicando o esforço contínuo para incorporar as operações da Wagner ao exército russo formal. Yevkurov recentemente visitou vários países africanos, observou a avaliação do Reino Unido, onde a Wagner desempenhou um papel fundamental no apoio a aliados russos.

“O endosso presidencial de Troshev e Yevkurov indica a contínua utilização da Rússia de unidades voluntárias e empresas militares privadas, e o planejamento para o futuro da Wagner”, afirmou a avaliação. E esse futuro, continuou — em contraste com os dias de Prigozhin — provavelmente implicará em “maior supervisão por parte do Kremlin”.