Explicador Quem salvará a companhia aérea em dificuldades SAS?

Quem salvará a SAS, companhia aérea em dificuldades?

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COPENHAGEN, 27 de setembro (ANBLE) – A maior companhia aérea da Escandinávia, SAS (SAS.ST), poderá anunciar ainda esta semana o resultado de uma captação de recursos próprios por parte de investidores em potencial que buscam resgatar a empresa deficitária.

A SAS entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos no ano passado, enquanto lutava para reduzir custos e dívidas em meio a greves de pilotos.

A companhia aérea, que em seus dias de glória na década de 1980 foi considerada a melhor companhia aérea do mundo por um grupo do setor, tem lutado há mais de uma década para competir com rivais de baixo custo no setor de aviação fragmentado da Europa.

Agora, depois de ser atingida pela queda na demanda e restrições de viagem durante a pandemia, a SAS segue outras companhias aéreas nacionais, como a ITA Airways da Itália e a TAP de Portugal, em busca de novos investidores.

A SAS planeja captar 9,5 bilhões de coroas suecas ($863 milhões) em novos recursos próprios e converter 20 bilhões de coroas em dívidas em recursos próprios.

QUEM SÃO OS LICITANTES EM POTENCIAL?

O governo dinamarquês disse estar disposto a aumentar sua participação na SAS para cerca de 30%, em relação aos atuais 22%, e que está procurando um ou mais acionistas para assumir uma participação majoritária.

Qualquer acordo exigiria que a SAS mantivesse Copenhague como um hub de passageiros chave, afirmou o Ministério das Finanças da Dinamarca.

Outros licitantes em potencial incluem a empresa de gestão de ativos dos EUA Apollo Global Management Inc (APO.N), que no ano passado forneceu à SAS $700 milhões em financiamento temporário para ajudá-la no processo de falência. A Apollo pode converter o empréstimo em recursos próprios e, assim, se tornar um acionista majoritário.

Uma fonte familiarizada com o assunto disse antes do prazo final de licitação de segunda-feira que a Apollo estava em “posição de destaque” para se tornar acionista majoritária e que esperava adquirir uma participação de 70%.

Isso seria um teste às regras da União Europeia, que impedem que mais de 50% de uma companhia aérea da UE seja detida fora do bloco de 27 membros.

A Apollo argumentou que grande parte de seu capital tem origem em investidores com sede na Europa, mas a questão continua em aberto, disse a fonte.

E A SUÉCIA E A NORUEGA?

O governo sueco, que também detém uma participação de 22%, injetou mais de 8 bilhões de coroas na empresa, mas rejeitou o pedido da SAS por mais dinheiro.

A captação de novos recursos próprios automaticamente reduziria a participação da Suécia na companhia aérea. A Suécia disse no ano passado que buscaria sair completamente da empresa a longo prazo.

O governo da Noruega também disse que não contribuiria com recursos próprios adicionais. O país, que vendeu sua participação remanescente de 10% em 2018, mas ainda é um grande credor, disse no ano passado que apoiaria um plano para converter os empréstimos em recursos próprios, mas não planeja ser um acionista de longo prazo.

QUEM MAIS PODE LICITAR?

A Apollo e o governo dinamarquês provavelmente envolverão vários acionistas menores, segundo o analista do Sydbank, Jacob Pedersen.

Entre eles, podem incluir a fundação Wallenberg, de propriedade familiar da Suécia, que atualmente detém 3,4% da SAS, ou fundos de pensão dinamarqueses, disse ele. O investidor privado sueco Gerald Engstrom detém 0,8%.

O grupo aéreo alemão Lufthansa (LHAG.DE) já foi associado à compra da SAS, mas Pedersen disse que licitações de outras companhias aéreas europeias são improváveis. A Lufthansa está em processo de assumir uma grande parte da ITA Airways.

O QUE ACONTECE A PARTIR DE AGORA?

O prazo para apresentação das propostas finais foi segunda-feira.

A SAS deve anunciar a oferta vencedora em 28 de setembro, a menos que haja várias propostas qualificadas. Nesse caso, a SAS pode realizar um leilão em 2 de outubro, com o resultado previsto para 5 de outubro.

As autoridades da UE precisarão aprovar a nova estrutura de propriedade antes que um acordo possa ser finalizado. Depois disso, a SAS poderá iniciar os procedimentos para sair da proteção contra falência do capítulo 11, o que pode ocorrer no final deste ano ou no próximo, disse Pedersen.

Não está claro se a SAS será retirada do mercado de ações sueco após sair da proteção contra falência. Os licitantes foram solicitados a informar se desejam ou não manter a empresa listada.

($1 = 10,8100 coroas norueguesas)

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($1 = 11.0082 coroas suecas)