Reino Unido registra aumento no interesse de candidatos não pertencentes à União Europeia

Reino Unido vê mais candidatos de fora da UE.

LONDRES, 22 de agosto (ANBLE) – O Reino Unido recebeu um aumento nas buscas por empregos do exterior durante o último ano, em parte refletindo uma flexibilização pós-Brexit nas regras de visto de trabalho para cidadãos não pertencentes à União Europeia, de acordo com dados do site de recrutamento Indeed divulgados na terça-feira.

Um recorde de 5,5% das buscas por empregos britânicos no site do Indeed em junho foram feitas por candidatos potenciais fora do país, um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior e uma média de 3,6% entre 2017 e 2019.

Pawel Adrjan, diretor de pesquisas do Indeed para a Europa, Oriente Médio e África, disse que o aumento mostra um interesse crescente em empregos de alta qualificação, como desenvolvimento de software, por parte de candidatos não pertencentes à União Europeia, e uma mudança de funções de menor qualificação que eram ocupadas por trabalhadores europeus antes da saída do Reino Unido da UE em janeiro de 2020.

“A nova política de imigração do governo do Reino Unido está funcionando conforme o planejado”, afirmou Adrjan.

Candidatos baseados na UE representaram 1,4% das buscas por empregos no Reino Unido no Indeed em junho, uma leve queda em relação ao período anterior ao Brexit, enquanto o interesse de não pertencentes à UE mais que dobrou, chegando a 4,1% das buscas. Índia, Nigéria, África do Sul e Paquistão foram algumas das principais origens das buscas.

O Banco da Inglaterra tem se concentrado nas escassezes de mão de obra, pois o crescimento dos salários acelerou para o nível mais alto em mais de 20 anos, apesar de uma recente queda na inflação.

O governo do Reino Unido eliminou gradualmente o direito ilimitado dos cidadãos da UE de se mudarem para trabalhar no país após o Brexit.

No entanto, as regras de visto foram flexibilizadas para não exigir mais que os empregadores comprovem que não conseguiram contratar um trabalhador britânico ou da UE, desde que os cargos pagassem pelo menos 26.200 libras (33.431 dólares) por ano – um pouco abaixo da média salarial anual do Reino Unido – e oferecessem pelo menos o salário médio para esse tipo de trabalho.

Trabalhadores com salários mais baixos podem receber vistos em áreas com escassez grave de mão de obra, principalmente nas áreas de saúde e cuidados sociais.

No entanto, empregadores nos setores de hospitalidade e áreas de menor remuneração da indústria e construção agora têm dificuldades para contratar trabalhadores do exterior.

Em 2022, o Reino Unido teve um recorde de migração líquida de 606.000 pessoas, de acordo com estimativas oficiais.

A imigração para países desenvolvidos tem aumentado nos últimos anos, impulsionada por mercados de trabalho restritos e populações envelhecidas, afirmou Adrjan.

O Canadá e a Austrália viram as buscas por empregos de origem estrangeira dobrarem desde 2019, representando respectivamente 10,9% e 17,2% do total de buscas por empregos nesses países, de acordo com o Indeed, que registra 330 milhões de visitantes únicos por mês.

Por outro lado, as cifras para os candidatos a emprego do exterior visando os Estados Unidos e a UE foram de 3,4% e 2,7%, respectivamente, praticamente inalteradas em relação ao período anterior à pandemia, segundo o Indeed.

($1 = 0,7837 libra)