Soldado russo diz que lhe disseram para queimar os pertences pessoais que identificavam seus camaradas mortos, segundo um relatório.

Soldado russo recebe ordem para queimar recordações pessoais de camaradas mortos, revela relatório

  • Um soldado russo afirmou que seus comandantes lhe ordenaram queimar os pertences de seus camaradas mortos.
  • Ele disse que não pôde fazer isso e enterrou secretamente os itens, que incluíam documentos, telefones e carteiras.
  • A história reflete outros relatos sobre Moscou tentando obscurecer seu verdadeiro número de mortes na Ucrânia.

Um soldado russo afirmou que lhe foi dito para queimar os pertences pessoais de seus camaradas mortos, segundo um relatório russo.

O soldado do Regimento 394 que luta na direção de Zaporizhzhia contou ao canal russo Caution News que seus comandantes lhe deram uma mochila cheia de pertences para destruir.

“Eles exigiram que queimássemos documentos, telefones, carteiras, cartões dos feridos e mortos. Mas eu não pude”, disse o soldado ao canal enquanto falava sob condição de anonimato.

Ele disse que enterrou os objetos, que pertenciam a soldados russos feridos e mortos.

O regimento é formado por recrutas, contratados, e ex-prisioneiros do território de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia, segundo o Caution News.

O soldado disse que o regimento tinha malas cheias de documentos pertencentes a soldados russos feridos e mortos, que estavam lá desde julho em vez de serem enviados aos parentes.

Desde o início da guerra, Moscou tem sido acusada de fazer de tudo para esconder a verdadeira dimensão das perdas de tropas do público russo.

Isso inclui as alegações da Ucrânia de que necrotérios estão se acumulando com russos mortos não reclamados, cujos corpos a Rússia não enviaria para serem enterrados, para ocultar o verdadeiro número de mortes.

Acredita-se que a Rússia tenha sofrido mais de 300.000 baixas na Ucrânia, segundo estimativas ocidentais.

O soldado falou sobre outros abusos dentro de seu regimento, incluindo uma situação em que outro soldado foi jogado “em um buraco” por mau comportamento.

Um segundo soldado do regimento disse que o comandante aceitaria subornos de 100.000 rublos, ou cerca de US$ 1.000, para transferir homens para longe do combate na linha de frente.

Os soldados também afirmaram que a liderança retirava suas insígnias e documentos antes de enviá-los em missões de assalto e não organizava a evacuação dos feridos e mortos.

Os soldados disseram que queriam que o Ministério da Defesa examinasse a legalidade das ações do comando do 5º Exército.