O Sam Altman da OpenAI conecta 2 tendências tecnológicas quentes com sua nova Worldcoin inteligência artificial e criptomoeda. Mas há muito mais na história.

Sam Altman from OpenAI combines two hot technological trends with his new Worldcoin AI and cryptocurrency. But there's much more to the story.

1. O que é o Worldcoin?

O projeto utiliza um dispositivo chamado “orb” – que se parece com uma bola mágica maior e prateada – para escanear a íris de uma pessoa, que possui um padrão único em cada ser humano, assim como uma impressão digital. Isso cria um World ID, que concede aos seus portadores uma “prova de identidade” – uma maneira de verificar suas identidades em vários serviços online sem divulgar seu nome ou outros dados pessoais. Worldcoin também é o nome da criptomoeda usada para recompensar pessoas que escaneiam suas íris ou que apoiam o projeto. A Fundação Worldcoin é listada como administradora da tecnologia, mas os organizadores afirmam que não possui proprietários ou acionistas e que os detentores de tokens Worldcoin terão voz na direção do projeto. Worldcoin também está afiliado a uma empresa de tecnologia chamada Tools for Humanity Corp., que afirma ter sido “criada para acelerar a transição para um sistema econômico mais justo”.

2. Por que há tanta empolgação em relação ao Worldcoin?

O Worldcoin promete vincular duas das tendências financeiras mais populares da atualidade: inteligência artificial e criptomoedas. À medida que a IA se torna mais popular, argumenta-se que o World ID se tornará mais necessário para ajudar a distinguir entre humanos e software inteligente alimentado por IA. Outro grande motivo para a expectativa é o envolvimento de Altman, que é o rosto público do ChatGPT. O chatbot de IA foi lançado em novembro de 2022 e despertou a imaginação do público sobre o que a inteligência artificial pode fazer.

3. Qual é a controvérsia em relação ao Worldcoin?

Existem várias. Uma delas é que está criando tokens para compensar participantes fora dos Estados Unidos e de outros países excluídos que escaneiam suas íris. Além disso, vários dos primeiros apoiadores do projeto foram afetados pelo colapso das criptomoedas do ano passado, incluindo Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, que está em prisão domiciliar e enfrentando acusações de fraude. Uma investigação da MIT Technology Review encontrou evidências do que chamou de práticas enganosas e exploradoras usadas pelo Worldcoin para atrair participantes em países como Indonésia, Gana e Chile. O projeto está sendo examinado na Europa por sua coleta de dados biométricos, que pode entrar em conflito com as leis de privacidade de alguns países. Também houve problemas com o roubo de credenciais de login de alguns operadores do Worldcoin que estavam cadastrando novos usuários, e com vendas no mercado negro de World IDs. O Worldcoin afirmou ter melhorado sua segurança em resposta a esses problemas.

4. Alguém está usando isso?

O projeto havia registrado e criado identidades digitais para mais de 2,1 milhões de pessoas até o final de julho, embora a grande maioria delas tenha sido emitida antes do lançamento oficial em 24 de julho. A criptomoeda relacionada teve variações. O preço de um token Worldcoin mais que dobrou nesse dia, chegando a US$ 3,58 antes de cair para US$ 1,92 uma semana depois. No entanto, o Worldcoin ainda tinha uma capitalização de mercado total de US$ 267 milhões em 31 de julho, de acordo com a CoinMarketCap.

5. Quem é Sam Altman?

Altman, de 38 anos, é um empreendedor experiente. Além de liderar a OpenAI, ele foi presidente da Y Combinator, a aceleradora de startups, por muito tempo e tem investimentos em empresas como Airbnb, Stripe, Dropbox e Instacart. Ele também co-fundou a Loopt, um serviço de localização para smartphones.

6. Por que os tokens Worldcoin não estão disponíveis nos Estados Unidos?

Altman disse que o projeto não ofereceria tokens nos Estados Unidos e em alguns outros países onde as regras regulatórias relacionadas a criptomoedas eram incertas ou pouco claras. De fato, o Worldcoin está entre muitos projetos de criptomoedas que optaram por ficar fora do mercado dos Estados Unidos nos últimos anos, à medida que os reguladores e legisladores dos EUA continuam a lidar com quais moedas são classificadas como valores mobiliários e quais não são. Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, sempre afirmou que a maioria das moedas é considerada um valor mobiliário. Mas em um caso legal amplamente acompanhado, um juiz decidiu em julho que o token XRP da Ripple Labs Inc. é considerado um valor mobiliário apenas quando vendido para investidores institucionais, mas não quando vendido para investidores individuais por meio de exchanges. Isso deixou a questão em aberto. Mais litígios e regulamentações certamente surgirão, deixando os emissores de criptomoedas com incertezas.