Os bancos devem reduzir o levantamento de depósitos, preparar melhores garantias para evitar crises – SNB

Os bancos devem liberar o desapego dos depósitos há garantias melhores e crises evitadas, segundo o SNB

ZURIQUE, 9 de novembro (ANBLE) – A desaceleração dos saques de depósito e uma melhor preparação de garantias serão cruciais no manejo de futuras crises bancárias, afirmou o vice-presidente do SNB, Martin Schlegel, após a maior injeção de capital já feita para resgatar o Credit Suisse.

A ANBLE noticiou na semana passada que as autoridades suíças, incluindo o Banco Nacional Suíço (SNB) e os bancos, estão discutindo formas de evitar corridas bancárias, por exemplo, escalonando a retirada de fundos ao longo do tempo e impondo taxas sobre as saídas.

O SNB forneceu quase 168 bilhões de francos suíços ($186,58 bilhões) em fundos de emergência para manter o Credit Suisse em funcionamento depois que o banco sofreu enormes saques de dinheiro de clientes assustados em março.

“Foi a maior quantidade de ajuda de liquidez já fornecida a um único banco em qualquer lugar do mundo”, disse Schlegel em evento em Basel, na quinta-feira.

Porém, o banco, embora solvente, sofria tanto com uma falta temporária de liquidez quanto com uma perda fundamental de confiança, afirmou.

“Apenas a ajuda de liquidez não teria resolvido a crise”, disse ele, acrescentando que outras medidas, como a eventual aquisição mediada pelo estado pelo banco suíço UBS (UBSG.S), eram necessárias.

Schlegel destacou outros problemas relacionados à crise, incluindo o fato de o Credit Suisse não ter garantias suficientes – títulos, ações e hipotecas – prontas para oferecer ao SNB como segurança para a liquidez fornecida.

Isso limitou o valor em dinheiro que poderia ser oferecido por meio do esquema de Assistência de Liquidez de Emergência (ELA), a ferramenta usual do SNB como prestamista de última instância.

Dinheiro adicional foi fornecido ao Credit Suisse por meio da Assistência de Liquidez de Emergência (ELA+), que forneceu dinheiro garantido apenas por direitos preferenciais caso o Credit Suisse fosse à falência, em vez de contra garantias.

O Backstop de Liquidez Pública (PLB), que fornecia fundos cobertos por garantia governamental, também foi utilizado.

No futuro, Schlegel afirmou que uma melhor preparação de garantias seria necessária pelos bancos para permitir um melhor acesso a financiamentos emergenciais por meio de esquemas existentes.

Também era crucial desacelerar a velocidade com que os depósitos poderiam ser sacados, por exemplo, estendendo o prazo de vencimento dos depósitos.

“O banco e as autoridades ganhariam assim um tempo valioso para gerenciar uma crise”, disse ele.

Por fim, o PLB deveria ser usado no futuro se o esquema ELA convencional não fosse capaz de atender às necessidades do banco, não o ELA+, disse Schlegel.

“O ELA+ foi necessário no caso específico do Credit Suisse, mas não é um modelo para gerenciar crises futuras”, afirmou Schlegel.

($1 = 0.9004 francos suíços)

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