Os esforços de lobby das principais empresas enfraquecem seus compromissos climáticos, revela estudo

Estudo revela como as principais empresas enfraquecem seus compromissos climáticos com esforços de lobby

LONDRES, 16 de novembro (ANBLE) – Glencore (GLEN.L), ExxonMobil (XOM.N) e Stellantis (STLAM.MI) estão entre as empresas que fazem lobby por políticas que conflitam com seus próprios compromissos de redução de emissões de carbono, revelou um estudo publicado pelo think tank sem fins lucrativos InfluenceMap na quinta-feira.

O relatório avaliou 293 empresas da lista Forbes 2000 e constatou que, daquelas com uma meta de emissões líquidas zero ou clima semelhante, quase 60% estão em risco de ‘greenwash de emissões líquidas zero’ devido a seu lobby.

O InfluenceMap utiliza a orientação ‘Integrity Matters’ do Grupo de Especialistas de Alto Nível das Nações Unidas sobre a necessidade de alinhar o lobby com os compromissos climáticos. O lobby inclui as atividades de influência direta das empresas em políticas, assim como as de suas associações setoriais.

Catherine McKenna, presidente do Grupo de Alto Nível da ONU sobre Compromissos de Emissões Líquidas Zero de Entidades Não Estatais, afirmou que os resultados devem ser um “alerta” para as empresas.

“Não apenas muitas empresas optam por minar seus próprios compromissos climáticos fazendo lobby contra ações climáticas, mas seus compromissos de emissões líquidas zero simplesmente não são críveis”, afirmou.

O InfluenceMap, fundado em 2015 para incentivar ação contra a crise climática, destacou as empresas com maior risco de ‘greenwash de emissões líquidas zero’. Segundo a organização, essas empresas possuem metas climáticas, mas defendem enfraquecer políticas climáticas ou expandir a indústria de combustíveis fósseis.

A InfluenceMap afirmou que a Glencore se opôs à introdução de uma política climática contínua na União Europeia e ao projeto proposto de Reforma do Mecanismo de Salvaguarda da Austrália.

A Glencore se recusou a comentar.

A ExxonMobil se opôs às regras propostas pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA para usinas termelétricas e defendeu a expansão de petróleo e gás nos EUA, de acordo com o InfluenceMap.

A Stellantis, que pretende atingir emissões líquidas zero até 2038, se opôs à proposta da UE de redução de 100% das emissões de dióxido de carbono até 2035 para novos carros e vans, e apoiou esforços para enfraquecer os padrões de emissões dos EUA para veículos leves, conforme afirmou o InfluenceMap.

A ExxonMobil e a Stellantis não responderam aos pedidos de comentário.

Diante de críticas semelhantes nos últimos anos, várias empresas afirmaram estar apenas tentando equilibrar metas climáticas com as necessidades de várias partes interessadas.

A ONU, que inicia sua cúpula climática COP28 ainda este mês, afirmou que as empresas devem divulgar suas atividades de lobby e política, alinhando-as com seus planos climáticos.

“Os governos estão falhando em avançar na política climática na velocidade necessária, e a influência corporativa é uma razão fundamental para isso”, disse Will Aitchison, autor principal do estudo.

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