Sustentabilidade fica em segundo plano nas decisões de abastecimento da indústria automobilística – pesquisa

Sustentabilidade em segundo plano na indústria automobilística - pesquisa

BERLIM, 4 de setembro (ANBLE) – Montadoras e fornecedores estão dando menos importância às iniciativas de sustentabilidade em suas políticas de abastecimento e focando na redução da exposição a riscos geopolíticos após anos de turbulência na cadeia de suprimentos, mostrou uma pesquisa com mais de 1.000 executivos na segunda-feira.

O número de empresas que implantam iniciativas de sustentabilidade, como mapeamento da pegada de carbono, otimização de rotas para reduzir emissões e divulgação de informações de produção sobre origens e fabricação, diminuiu de 9 a 11 pontos percentuais entre 2022 e 2023, mostrou a pesquisa do grupo de consultoria Capgemini.

O valor médio que os fornecedores estão investindo em iniciativas de sustentabilidade diminuiu para US$ 30,5 milhões em 2023, de US$ 36,6 milhões em 2022, segundo o relatório. Um terço de todas as empresas pesquisadas afirmaram não ter uma estratégia abrangente de sustentabilidade.

Os fatores mais comuns em que os respondentes basearam suas decisões de cadeia de suprimentos foram qualidade, risco geopolítico, custo e resiliência, seguidos pela sustentabilidade.

“A necessidade de manter a continuidade das operações terá prioridade sobre, por exemplo, iniciativas para medir pegadas de carbono, reduzir emissões por meio da otimização de rotas ou aumentar a rastreabilidade”, afirmou a Capgemini em seu relatório.

A pesquisa contou com a participação de 1.004 executivos de empresas automotivas globais, desde BYD até Ford e Lamborghini, com receita superior a US$ 1 bilhão, e fornecedores com pelo menos US$ 500 milhões.

Os resultados estão em consonância com declarações de executivos de toda a indústria automobilística nos últimos meses sobre as consequências contínuas em suas cadeias de suprimentos em decorrência da pandemia de coronavírus e das tensões geopolíticas, escassez de semicondutores e aumento de custos.

Os respondentes afirmaram que cerca de 50% do suprimento de semicondutores ainda não é considerado totalmente seguro, sendo as plataformas de computação de pilha completa e os microcontroladores os mais difíceis de obter.

A proporção de suprimentos obtidos por empresas em locais offshore caiu mais de um quinto nos últimos dois anos, e a Capgemini espera que caia mais um quinto nos próximos dois anos, segundo o relatório.