Conflito entre Israel e Hamas é uma ‘nova nuvem’ que escurece as perspectivas econômicas – Chefe do FMI

Conflito entre Israel e Hamas é como uma 'nova nuvem' que ensombrece as perspectivas econômicas, diz Chefe do FMI

MARRAQUEXE, Marrocos, 12 de outubro (ANBLE) – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse na quinta-feira que o “despedaçador” conflito entre Israel e Hamas ameaça escurecer ainda mais as perspectivas econômicas globais já incertas.

“Estamos acompanhando de perto como a situação evolui, como está afetando, especialmente, os mercados de petróleo”, disse Georgieva. Houve algumas flutuações nos preços do petróleo e reações nos mercados, mas ainda é cedo para prever o impacto econômico, acrescentou.

“É muito claro que esta é uma nova nuvem no horizonte não mais seguro para a economia mundial, uma nova nuvem que escurece esse horizonte”, disse ela em uma coletiva de imprensa durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial em Marraquexe, Marrocos.

Georgieva se juntou a um coro crescente de líderes financeiros que expressam preocupação com a erupção repentina da violência no conflito israelo-palestino, que já tirou mais de 2.500 vidas.

Israel prometeu aniquilar o movimento Hamas que governa a Faixa de Gaza em retaliação ao ataque mais mortal a civis judeus desde o Holocausto, quando centenas de atiradores atravessaram a cerca de fronteira e saquearam cidades israelenses no sábado.

Israel disse na quinta-feira que não haverá intervalo humanitário em seu cerco à Faixa de Gaza até que todos os reféns tomados pelo Hamas sejam libertados, depois que a Cruz Vermelha pediu para permitir a entrada de combustível para evitar que hospitais sobrecarregados se tornem “morgues”.

“É despedaçador ver civis inocentes morrendo”, disse Georgieva emocionada aos repórteres. “Quem paga o preço? São os inocentes que pagam o preço.”

Georgieva afirmou que os choques severos estão se tornando “o novo normal” em uma economia global caracterizada por um crescimento fraco, fragmentação econômica e divergências profundas, com expectativa de que as taxas de juros permaneçam mais altas por mais tempo para controlar a inflação persistente.

Ela apelou aos países para evitarem a escalada da situação e focarem em áreas de cooperação. “Precisamos aumentar nossa agilidade em termos de antecipar choques e agir rapidamente”, afirmou.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse aos repórteres que qualquer expansão regional do conflito levaria a “consequências econômicas problemáticas” para os preços de energia e o crescimento global.