O Canal do Panamá está tão congestionado e ‘pouco confiável’ que os navios estão fazendo desvios de milhares de quilômetros para evitar atrasos custosos.

O Canal do Panamá está com tanto trânsito e 'zuado' que os navios estão fazendo umas voltas gigantescas para não ficarem presos e perder uma baita grana.

A empresa com sede em Londres, Stolt-Nielsen, que possui uma divisão de petroleiros com 166 navios, está cobrando dos clientes custos adicionais pela rota mais longa, informou em um e-mail. Um engarrafamento no Canal do Panamá devido aos baixos níveis de água tem levado os transportadores a desviar para Suez, o Cabo da Boa Esperança, ou até mesmo pelo Estreito de Magalhães, próximo à ponta da América do Sul.

“A Stolt Tankers constatou que o serviço pelo Canal do Panamá tem se tornado cada vez mais pouco confiável nos últimos meses”, disse a empresa em um e-mail. “Nossos clientes precisam de garantias de que as cargas chegarão no prazo e para evitar impactos negativos em suas cadeias de suprimentos, temos redirecionado nossos navios através do Canal de Suez”.

A Autoridade do Canal do Panamá, que normalmente lida com cerca de 36 navios por dia, anunciou em 30 de outubro que gradualmente reduzirá o número de embarcações para 18 por dia até 1º de fevereiro para conservar água durante a estação seca. O Panamá teve o outubro mais seco registrado devido à seca causada pelo fenômeno climático El Niño, informou a autoridade.

É improvável que o canal seja capaz de aumentar o tráfego até o início da estação chuvosa em meados de 2024, de acordo com especialistas. Alguns navios tiveram que esperar até 20 dias para passar pelo canal este ano. A Stolt afirmou que outros transportadores estão “adotando uma abordagem semelhante” para lidar com a fila no canal.