Vamos em frente para o quarto trimestre!

Vamos em frente!

LONDRES, 29 de setembro (ANBLE) – Há uma iminente paralisação parcial do governo dos EUA, a desenvolvedora em crise China Evergrande à beira do colapso, e os mercados ainda se ajustando à postura dos bancos centrais de manter as taxas altas por mais tempo.

Se isso não fosse o suficiente para iniciar o último trimestre de 2023, há reuniões de bancos centrais da Austrália à Polônia e dados de empregos dos EUA amplamente observados – se não forem adiados por uma paralisação.

Aqui está sua semana nos mercados com Ira Iosebashvili em Nova York, Kevin Buckland em Tóquio e Harry Robertson, Karin Strohecker e Marc Jones em Londres.

1/ IMPASSE EM WASHINGTON

A maior economia do mundo está à beira de outra possível paralisação do governo que poderia prejudicar ainda mais sua classificação de crédito, aumentar a volatilidade do mercado e atrasar lançamentos econômicos, incluindo o relatório de empregos de 6 de outubro.

Centenas de milhares de trabalhadores federais serão licenciados e uma ampla gama de serviços será interrompida se o Congresso não conseguir aprovar uma legislação que o presidente democrata Joe Biden possa assinar até a meia-noite de sábado.

Uma possível paralisação seria mais uma evidência de como a polarização política em Washington está enfraquecendo a formulação de políticas fiscais, diz a Moody’s.

Também pode prejudicar o sentimento entre os investidores que procuram atualizações oportunas sobre a economia. Economistas consultados pela ANBLE esperam que a economia dos EUA tenha criado 150.000 empregos em setembro, em comparação com 187.000 em agosto.

Dados mais fortes do que o esperado provavelmente reforçariam a postura de “altas por mais tempo” que está prejudicando títulos e ações.

2/ NOVA CHEFE NA CIDADE

A nova presidente do Banco Central da Austrália, Michele Bullock, a primeira mulher a chefiar o banco, preside sua primeira reunião na terça-feira.

Os investidores estarão procurando sinais de Bullock, conhecida por falar de forma direta, sobre se o RBA terminou com os aumentos ou se poderá haver mais após alguns sinais de inflação no setor de serviços. O consenso é de uma pausa.

A China é outro risco para a economia da Austrália, é claro: um setor imobiliário à beira do colapso acende luzes vermelhas para as exportações de matéria-prima australianas.

A janela para saber o que Pequim está fazendo para sustentar o setor – se é que está fazendo algo – estará basicamente fechada na próxima semana devido ao feriado da Semana Dourada.

Enquanto isso, o Banco Central da Nova Zelândia se reúne na quarta-feira. Apesar de uma postura mais hawkish, um aumento é visto como improvável. O foco está em qualquer sinal de uma possível ação em novembro.

3/ QUANDO SETEMBRO TERMINA

Os mercados iniciam o crucial último trimestre do ano após alguns meses marcantes impulsionados principalmente por um aumento de 30% nos preços do petróleo.

Taxas mais altas significam que os títulos do Tesouro dos EUA e dos Bunds alemães – frequentemente a principal proteção das carteiras – custaram aos investidores entre 5,5% e 6,5% no terceiro trimestre. Até mesmo o ouro perdeu seu brilho, o que significa que o dólar realmente foi a única opção segura.

Os touros do mercado de ações também foram prejudicados. As ações mundiais ainda estão com um aumento respeitável de 8% no ano, mas já perderam quase 5% em setembro, com até mesmo as gigantes globais de tecnologia revertendo a tendência.

No entanto, o quarto trimestre trará outra temporada de resultados e, embora o boom da IA ainda seja importante, os analistas estarão extremamente focados no que os players da economia tradicional dirão sobre a dor ou a falta de dor que seus clientes estão sentindo agora.

4/ OS CINCO ALTOS?

O nível máximo que os rendimentos dos títulos do governo podem atingir está na lista de observação após mais uma venda no mercado.

O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos subiu para 4,6%, seu nível mais alto desde outubro de 2007, à medida que os investidores absorvem a mensagem do Federal Reserve de que as taxas permanecerão altas até que a inflação seja controlada.

Isso também aumentou a inclinação das curvas de rendimento, já que os rendimentos dos títulos de longo prazo estão subindo muito mais rápido do que os de curto prazo.

A alta dos rendimentos afetou as ações e ajudou a impulsionar o dólar para seu nível mais alto em quase um ano.

O ING estima que uma taxa de 5% nos rendimentos dos títulos do Tesouro e 3% nos Bunds alemães de 10 anos estão “parecendo mais prováveis a cada dia”.

Com cerca de 2,9%, os rendimentos alemães estão perto de seus níveis mais altos desde 2011.

5/ DE POLÍTICA E ELEIÇÕES

No início de setembro, o presidente do banco central da Polônia, Adam Glapinski, surpreendeu os mercados. Ele anunciou um corte na taxa de juros de 75 pontos-base, muito maior do que o esperado, para 6% na maior economia da Europa emergente, onde a inflação ainda está em dois dígitos.

A medida fez com que o zloty caísse acentuadamente e ocorreu em um momento tenso para a Polônia, que vai às urnas em 15 de outubro.

Com o custo de vida sendo um campo de batalha eleitoral importante, o corte drástico traz alívio para aqueles que estão tendo dificuldades para pagar as hipotecas.

No entanto, também aumenta a pressão no lado fiscal, combinado com uma enxurrada de promessas eleitorais com compromissos generosos de gastos em todo o espectro político, alimentando preocupações sobre a perspectiva da inflação.

Na quarta-feira, os formuladores de políticas se reúnem para decidir os próximos passos nas taxas de juros.